A Pior Pessoa do Mundo

Este filme me fez lembrar por que gosto tanto de cinema. Foi o melhor filme que assisti nos últimos tempos, mas por quê? Se a história é tão simples?

Ele narra a trajetória da indecisa Julie, desde a decisão de cursar medicina até a descoberta de que, na verdade, queria entender o que havia dentro do corpo, os mistérios da alma. Portanto, optou por estudar psicologia e, somente mais tarde, percebeu que era uma pessoa mais visual, e que sua verdadeira paixão era, na realidade, a fotografia.

Em termos de relacionamentos, Julie não poderia ser menos indecisa. Primeiro, saiu com seu professor, depois com colegas de classe, até encontrar um escritor de quadrinhos que parecia ser sua cara metade. No entanto, a indecisa Julie conheceu um simples atendente de café em uma festa, quase esquecendo seu quadrinista. Mas a garota, indecisa, decidiu morar com ambos, um de cada vez, é claro.

O filme é uma jornada de amadurecimento na vida de Julie, na busca de autenticidade e significado. Ao assisti-lo, é impossível não refletir sobre os rumos da minha própria vida. Seu primeiro namorado, Aksel, enfrenta o diagnóstico de câncer de pâncreas, levando-o a repensar sua vida, valorizando o que tem e reconectando-se com o que realmente o faz feliz: ele passa a reassistir seus filmes prediletos, escutar suas musicas favoritas e novas, ler os grandes clássicos da literatura, enfim…

E é aí que eu faço um paralelo com a minha própria vida, pois a encaro como se eu também tivesse uma doença terminal, valorizando o que realmente me deixa satisfeito, assim como Aksel encarou, mas só no fim da vida.

Embora minha maneira de levar a vida possa desconcertar algumas pessoas, depois que me conhecem melhor, percebem como condiz com minha autenticidade. É claro que eu sei que não dá pra continuar da maneira atual pelo resto da vida, e nem eu o desejo 🙏 mas os princípios basilares de respeitar a minha natureza eu sempre irei manter comigo.

As decisões de Julie ao longo da vida podem não ser as mais acertadas, como abandonar a medicina, profissão estável e bem remunerada, para culminar trabalhando como atendente em uma simples biblioteca. No entanto, no final, suas escolhas - ou a falta delas - mostraram-se fundamentais para seu amadurecimento pessoal e para que não ela se percebesse como a pior pessoa do mundo, como o título do filme poderia sugerir inicialmente.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 24/12/2023
Reeditado em 24/12/2023
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