Minha crítica de “Good Boy”, o bizarro filme norueguês.

Este filme norueguês me fez refletir, o que é uma das principais razões pela qual o cinema existe. A princípio, a trama pode parecer uma versão bizarra de "50 tons de cinza" e apresenta uma variação interessante do encontro com o homem “perfeito”.

A história gira em torno de Sigrid, que aparentemente encontrou o homem ideal, o jovem galã educado e rico, Christian. Ele parece ser o estereótipo de um bom partido, exceto por uma peculiaridade: ele mora com um homem chamado Frank, que se veste e age como um cachorro.

Caso tenham se interessado pela história, parem de ler este texto agora, pois acredito que irei dar spoilers.

O cinema, uma arte com cerca de 125 anos, já explorou diversas fórmulas e temas repetidas vezes. Portanto, o fato de o filme abordar um tema novo e tão original já é um grande mérito. Assisti ao filme no Amazon Prime através da assinatura Looke, sendo classificado como suspense e terror, embora seja mais um thriller. Eu gostei da premissa do filme, a ideia de um homem vivendo com outro homem com hábitos de cachorro é intrigante.

O filme acerta ao fazer uma crítica ácida aos encontros por aplicativos de relacionamento. Embora sejam uma boa ferramenta para aproximar pessoas afins, o cuidado e critério devem ser considerados antes de sair com qualquer pessoa, algo que a personagem Sigrid ignorou. Após Christian enviar um superlike em seu perfil, ela rapidamente propõe um encontro, ignorando precauções. Já no primeiro encontro, ela vai para a casa dele e dorme com Christian. Pela manhã, para sua surpresa, depara-se com Frank, o "cachorro humano". Perturbada, ela sai da casa abruptamente e relata o ocorrido para sua amiga de quarto.

Ao mostrar a foto de Christian para a amiga, esta reconhece ele como um multimilionário que herdou a fortuna dos pais. A amiga aconselha Sigrid a relevar esse hobby peculiar, considerando as vantagens do perfil de Christian. Sigrid decide dar uma segunda chance e se relaciona seriamente com Christian, que a convida para passar férias com ele e Frank, aceitando, dessa forma, a presença dele como "cachorro".

Ela se torna tão amiga de Frank a ponto de expressar preocupação com seus hábitos sexuais, oferecendo-se como a primeira, digamos, companheira de Frank para aliviá-lo nesse sentido. Será que era realmente preocupação ou interesse? Coisas que fazemos em nome do "amor"? E pior, Christian demonstra aprovação com a ideia de compartilhar sua “namorada” com seu “cachorro”, ficando até empolgado.

Ao chegar na casa de férias de Christian, ocorre um plot twist, e aqui encerram-se meus spoilers para quem pretende assistir. O filme apresenta lacunas e incongruências de roteiro, mas, afora isso, achei-o muito original. Também acerta ao criticar os perigos dos amores líquidos na atualidade, a dependência emocional e os relacionamentos só de interesses.

O final é impactante, e a interpretação que fazemos é peculiar. No geral, fiquei satisfeito com este que foi o terceiro filme de "terror" que assisti na vida.

Até a próxima, meus amigos.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 17/12/2023
Reeditado em 19/12/2023
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