Resenha sobre Oppenheimer

Depois de ler biografia e alguns artigos sobre o Dr Julius Robert Oppenheimer, resolvi ver o tal filme sobre ele.

Deixando de lado a adaptação pra produção do filme, foi uma trama bem interessante. Como um breve e direcionado resumo de uma parte da vida de Oppenheimer.

Na euforia de um jovem cientista, não pensou no que aconteceria no futuro, por causa do seu trabalho. A empolgação e todo o investimento disponível para realizar o projeto Manhattan, ofuscou o real motivo de ter sido contratado. Teve praticamente um cheque em branco em mãos, para desenvolver a pesquisa e produção da bomba atômica.

Só se deu conta do que havia feito quando ficou provada a capacidade de destruição daquilo que ajudou a criar. Foi como o abrir da caixa de Pandora. Dali pra frente, o mundo nunca mais foi o mesmo. Uma frase marcante de Oppenheimer que ilustra bem a situação é: "Agora eu me tornei a morte, o destruidor de mundos”. O filme foi bem intuitivo em mostrar o encontro de Oppenheimer com o presidente dos Estados Unidos, que na época era Truman, onde diz sentir que suas mãos estão sujas de sangue. Uma frase impactante que beira o clichê, se não fosse tão verdadeira. Acredito que realmente aquela imagem foi presente em muitos pesadelos de Oppenheimer. Afinal foram mais de 100 mil mortos.

A bomba atômica e posteriormente bomba H, mudaram o modo de fazer guerra definitivamente. Deixou o Japão de joelhos sob um enorme rastro de morte. E tudo isso aliado ao temor de uma guerra nuclear, que perdura até os dias de hoje.

Desencadeou uma corrida armamentista, e posteriormente a Guerra Fria.

Depois de constatado o impacto destrutivo de uma arma nuclear, os programas de combate e controle de armas desse tipo espalharam-se por todo o planeta, visto que oferecem um risco real de extinção da civilização como conhecemos.

Uma abordagem interessante foi a ideia dos cientistas após as bombas estarem prontas, de oferecer a oportunidade de desistência ao Japão, que era o único ainda a permanecer na guerra após a queda da Alemanha e Itália.

Não sei se a intenção foi essa,mas passou a mensagem de que por mais brilhantes que fossem os cientistas, não entendiam nada de táticas de guerra. Pois tinham a frágil esperança de que as armas não precisariam ser usadas, que apenas o fato do adversário saber da existência delas seria o suficiente pra encerrar a guerra. Uma inocente esperança, ou talvez até mesmo um remorso disfarçado, por se sentirem culpados das mortes que a bomba iria causar.

Por mais divergências que podem haver entre opiniões, não acredito que é uma boa reputação ser lembrado como o "pai da bomba atômica", essa arma que foi responsável por matar milhares de pessoas.

É um episódio triste da história, mas por outro lá lado revelou que a capacidade humana de criar soluções é ilimitada, uma vez que apoiada por altos investimentos .