“Quebrando a Banca” (21)

“Quebrando a Banca” (21)

Seis pessoas me indicaram esse filme, nos últimos 6 meses. Quatro delas tem bancas móveis – quando o rapa aparece, eles desaparecem. Dois deles tem bancas estabelecidas, graças a um conchavo qualquer estabelecido com o rapa. Mas todos foram unânimes – pode assistir que vale à pena.

Ben Mezrich escreveu “Bringing down the house”. Aconteceu dele receber um telefonema. Ben achou que fosse brincadeira, pois do outro lado da linha o sujeito disse: trabalho para o Kevin Spacey.

Valendo como curiosidade besta, dessas que preenchem momentos sem assunto, quando por exemplo você se encontra debaixo da banca de pastel, que por sua vez se encontra debaixo de uma bruta chuva, e te ocorre falar para o pasteleiro: sabia que foi a primeira vez que a Universidade de Medicina de Harvard permitiu trabalhadores do cinema entraram lá, com câmeras e tudo?

Locações diferentes, Boston e Vegas, dão o toque necessário para os meandros da história.

Dana Brunetti e Mike de Luca, produtores, disseram que a procura pelo protagonista foi exaustiva. Queriam um rosto que não estivesse em evidência e que ao mesmo tempo desse conta da demanda.

Inglês, com formação clássica, Jim Sturgess traz para o filme humor, emoção e seriedade. Kevin, a voz da experiência.

“Bringing down the house”, o livro, foi baseado numa realidade vista pelo autor, nos anos 70 – alunos do MIT formavam times de contadores de cartas, e se mandavam para Las Vegas descolar um troco para ajudar nas despesas.

Kevin Spacey, o professor doutor bacharelado, explica com todas as letras para o aluno brilhante e relutante, que eles não estão ali para jogar, e sim contar cartas. Jim Sturgess almeja a bolsa integral de Harvard. Aos 21 anos ele é um nerd da cabeça aos pés, sua vida se restringe à trabalho meio período e uma montanha de estudos. A bela Kate Bosworth será a ponte para que ele morda um lado da maçã. O outro será a experiência de vida que ele ainda não tinha, e vai adquirir em 17 finais de semana no estado de Nevada.

Ator bom de samba num papel menor, Lawrence Fishburne examina as feições dos jogadores, tendo de trabalhar dobrado pois já inventaram um software “leitor de faces”. Lawrence é da velha guarda, conhece algumas sutilezas da antiga malandragem que a robótica sequer atina.

Produtores e diretor (Robert Luketic), expressam terem se empenhado em fazer um filme sobre seres humanos, e não sobre jogo. Conseguiram.

“Quebrando a Banca” não força a barra, e dá de quebra, a espectadores de toda sorte, aquela leitura infantil, se imaginando na pele do protagonista. Tem gente que suspira em se fantasiar de morcego e usar uma capa. Outros gostariam de ser donos de Tara, e ao ver tudo queimando, dizer com a mesma força: construirei tudo de novo!

Quem disse que cinema não é sobre os outros?

E que escritor não gostaria de receber um telefonema, onde, do outro lado da linha, a voz explica: trabalho para Tom Cruise e Merryl Streep, lemos a sua obra e estamos interessadíssimos em...

Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 26/04/2009
Reeditado em 08/05/2013
Código do texto: T1561088
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