Resenha Crítica da Epistemologia e didática da matemática segundo a Teoria Antropológica do Didático (TAD)

RESENHA CRÍTICA

Fernando Rocha da Costa

Polo de Euclides da Cunha

nando.da.rocha@hotmail.com

RESUMO:

Resenha Crítica da Epistemologia e didática da matemática segundo a Teoria Antropológica do Didático (TAD), proposta por Yves Chevallard e baseada no texto “Fundamentos norteadores das teorias da Educação Matemática: perspectivas e diversidade” do professor Saddo Ag Almouloud. Proposta por Chevallard, a TAD aborda um método de estudo matemático fundamentado no homem e suas ações como elementos centrais dos estudos matemáticos, considerando o meio em que ele está inserido no seu dia-a-dia e a as suas ações nas instituições de educação, pois qualquer objeto ostensivo é um instrumento a ser utilizado na atividade humana, permitindo a interação com outros objetos, possibilitando a execução de uma determinada tarefa. Foi incorporada com a finalidade de exercer controle sobre os problemas relacionados a transmissão do conhecimento e dos saberes, e estuda as ações do homem, buscando compreender as causas e consequências destas ações, com a finalidade de exercer controle e inferir em seu comportamento beneficiando a sociedade como um todo.

Palavra Chave: Teoria Antropológica do Didático; Educação Matemática; Didática da Matemática; Ensino e Aprendizagem.

ABSTRACT:

Critical review of epistemology and didactics of mathematics according to the Anthropological Theory of Didactics (TAD), proposed by Yves Chevallard and based on the text "Fundamentals of the theories of Mathematics Education: perspectives and diversity" by Professor Saddo Ag Almouloud. Proposed by Chevallard, TAD approaches a method of mathematical study based on man and his actions as central elements of mathematical studies, considering the environment in which he is inserted in his daily life and his actions in educational institutions, because any ostentatious object is an instrument to be used in human activity, allowing interaction with other objects, enabling the execution of a given task. It was incorporated in order to exercise control over the problems related to the transmission of knowledge and knowledge, and studies the actions of man, seeking to understand the causes and consequences of these actions, in order to exercise control and infer in his behavior benefiting society as a whole.

Keyword: Anthropological Theory of didactics; Mathematics Education; Didactics of Mathematics; Teaching and Learning.

INTRODUÇÃO

Esta Resenha Crítica que trata do tema: Epistemologia e didática da matemática segundo a Teoria Antropológica do Didático (TAD) será baseada no texto “Fundamentos norteadores das teorias da Educação Matemática: perspectivas e diversidade” do professor Saddo Ag Almouloud e foi solicitada pelo Professor Formador Francis Miller Barbosa Moreira como avaliação parcial do componente curricular Didática da Matemática II - 2022.1 do curso Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado da Bahia e da Universidade Aberta do Brasil, polo Euclides da Cunha, Bahia.

A Teoria Antropológica do Didático (TAD) é uma proposta apresentada por Yves Chevallard, expoente na teoria da transposição didática, que se atentou em refletir os interesses do saber no contexto do ensino e da aprendizagem, fazendo uma abordagem de um método de estudo matemático fundamentado nas ações humanas, ou seja, tendo o homem e suas ações como elementos centrais dos estudos matemáticos, considerando o meio em que ele está inserido no seu dia-a-dia e a as suas ações nas instituições de educação.

DESENVOLVIMENTO

A Teoria Antropológica do Didático (TAD) se tornou numa contribuição significativa para a Didática da Matemática, não só por trazer um novo conceito sobre a transposição didática, mas por incorporar o homem como centro dos estudos de forma a contribuir para o aperfeiçoamento do ensino e da aprendizagem de disposições matemáticas, sendo consideradas as ações humanas na sua relação com o meio ambiente no qual está inserido e na sua relação com a escola e, ou seja, tudo na sala de aula e fora dela é considerado, além é claro o próprio indivíduo. O estudo antropológico empregado no campo da educação, não só analisa os objetos envolvidos no ensino e aprendizagem, mas os estuda de forma individualizada, considerando os indivíduos, as instituições e as relações entre estas e o indivíduo que passa a ocupar o centro, ou seja, o objeto central e o sujeito do processo educacional. O homem e não as instituições é compreendido como o elemento central que deve ser compreendido em todas as suas particularidades, de sorte que tudo seja feito para que este alcance o objetivo central da instituição de ensino.

Segundo Yves Chevallard, todo e qualquer objeto ostensivo é um instrumento que pode ser utilizado na atividade humana e que permite a sua interação com outros objetos, possibilitando a execução de uma determinada tarefa. Esta maneira de se entender os objetos envolvidos no processo de educação, auxilia na compreensão das relações problemáticas entre os objetos que fazem parte de determinado processo, ou seja, todo e qualquer objeto que faz parte faz do projeto educativo, não só é importante para o sucesso deste processo, mas deve ser estudado, compreendida de maneira individual para que se possa chegar a uma conclusão dos problemas ocasionados pela relação entre eles. Não se pode entender a problemática de uma situação ou de uma relação sem a compreensão de cada objeto envolvido, assim, por exemplo as questões apresentadas como problemas no ensino da matemática, só é entendida e , consequentemente, melhorada se o homem, em sua totalidade e sem suas particularidades seja estudado e compreendido, da mesma sorte as instituições e, por fim, a relação que tem cada elemento em si com o problema em questão.

O homem, seja ele o educador ou o educando, tem que ser entendido em suas singularidades, embora seja, aparentemente, uma tarefa difícil, ela deve fazer parte da pesquisa. No caso específico do professor a sua prática docente tem efeito significativo e direto no resultado do processo de aprendizagem, por isto a sua ação didática deve ser analisada e se necessário sofrer inferência para que se alcance o objetivo almejado, este modelo deve ser baseado na compreensão das ações do educando e na sua relação com o meio ambiente em que está inserido e desta forma procurar uma nova relação entre o professor, o aluno e as tarefas matemáticas apresentadas. Existe ainda a possibilidade de se estudar a relação entre professor e aluno e compreender qual a intenção do professor ao empregar determinado método, para isto é preciso que se faça uma análise de sua formação e de seus métodos e, se necessário, intervir e procurar construir uma nova relação entre eles.

Segundo Chevallardm, a TAD foi incorporada primeiramente com a finalidade de exercer um determinado controle sobre os problemas relacionados a transmissão do conhecimento e dos saberes, deste modo uma de suas partes se considera uma disposição praxiológica, ou seja, ao estudar as ações do homem, busca compreender as causas e consequências destas ações, com a finalidade de exercer um determinado controle ou forçar uma inferência em seu comportamento de sorte que venha a beneficiar a sociedade como um todo, e segundo, este ponto de vista, por exemplo, quando se resolve ou se sugere determinadas atividades ao educando se deve ter a preocupação com determinados pontos como: observar qual o tipo de trabalho solicitado; a técnica que deverá ser utilizada e identificar a tecnologia e a teoria que baseia a didática empregada. A Teoria Antropológica do Didático (TAD) permitem aos pesquisadores uma análise dos métodos utilizados a partir de um modelo mais geral associado

Esses instrumentos proporcionam obter um padrão das práticas empregadas e uma ideia geral e em particular destas atividades matemáticas possibilitando uma ação concreta e um objetivo mais claro sobre o trabalho que será empregado e deste modo se possível análise dos resultados obtidos no processo aprendizagem.

Dentro desta disposição praxiológica, é apresentada, ainda, mais uma divisão, a prática e teórica, ou seja, sobre o trabalho apresentado e a tecnologia utilizada que são considerados como saber-fazer e a técnica e a teórica, que seria, o grupo da razão por se tratar do instrumento será justificado o saber matemático.

Deste modo, pode-se entender que a TAD é uma teoria, cujo o objetivo seria o de exercer um determinado controle sobre o processo de aprendizagem, identificando seus conceitos e os saberes matemáticos empregados na matéria ensinada, ou seja, ter os seus objetivos de forma mais clara e concisa. Estes mecanismos auxiliam o educador, por exemplo, na identificação de determinados pontos no livro didático focalizando, principalmente, nos exercícios que mais atendam aos objetivos da aula, de sorte a permitir uma maior diversificação ao mesmo tempo que permite uma avaliação do conhecimento do educando e não apenas focando, de forma mecânica, em um único padrão de tarefa. Assim, o professor tem que ser, acima de tudo, um observador crítico dos modelos de exercícios apresentados no livro didático.

CONCLUSÃO

A Teoria Antropológica do Didático (TAD) é uma teoria e um recurso de suma importância que traz uma contribuição importante para a Didática da Matemática, não só por causa de ser um novo conceito sobre a transposição didática, mas por trazer o homem como objeto central de seus estudos, ao mesmo tempo que considera todos os demais elementos envolvidos no processo educativo como importantes para a compreensão dos problemas que advém de todo o processo, de sorte que contribui para o aperfeiçoamento do ensino e da aprendizagem da educação da matemática. Sendo consideradas as ações do homem, seja ele educador ou educando, o meio ambiente em que ele está inserido, as instituições de educação envolvidas no processo, os métodos e recursos utilizados, e a análise das relações destes objetos nos resultados obtidos, tendo sempre como base um modelo e uma Didática da Matemática, previamente construído.

Assim, pode-se entender que a TAD, é um método válido e satisfatório quando se trata da análise dos objetos envolvidos no processo educativo, pois ela busca entender o processo como um todo, partindo do que o educando estudou e de como ele estudou. Procurando entender o conhecimento construído em sala de aula e a didática empregada, possibilitando e até direcionando o educador para um foco no que a didática da matemática quer apresentar. Sendo possível um controle do tipo de tarefa, a análise do método pelo qual se alcançou a resolução dos exercícios, por exemplo, e compreender a teoria utilizada no processo. Pode-se afirmar, também, que a preocupação ao se organizar uma atividade a ser trabalhada em sala de aula com os educandos possibilidades obtenção de resultados positivos

REFERÊNCIAS

ALMOULOUD, Saddo Ag. Fundamentos norteadores das teorias da Educação Matemática: perspectivas e diversidade. Disponível em:

<https://graduacaounead.uneb.br/pluginfile.php/210758/mod_resource/content/1/Texto%20Almouloud%20_revista%20Amaz%C3%B4nia.pdf> Acesso em: 03 de junho de 2022;

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D’AMORE Bruno. Epistemologia, Didática da Matemática e Práticas de Ensino. Bolema. Boletim de Educação Matemática. Vol. 20, n. 28, p. 179-205, 2007.

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Fernando Rocha da Costa
Enviado por Fernando Rocha da Costa em 24/03/2024
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