para além das lápides de mármore
quando eu morrer
por acaso digam gênio,
mas não digam gênio,
digam homem...
e se gênio mesmo não couber dizer de minhalma errante,
ainda assim digam homem,
e digam foi poeta
e morreu de tristeza,
contudo, foi homem,
e ainda hoje é homem,
mesmo entre vermes
e flores que tremem de medos
e arrebatamentos,
foi homem
como quem adormece na turba
e depois sonha
e por fim não é mais nada.
nada que não seja homem.
homem e mais nada.
(andré boniatti, 26/11/2004)