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POMBO CORREIO
Ysolda Cabral 


Verdades sāo mentiras, 
Mentiras sāo verdades!
Mas, onde está a realidade?
Está nos versos de tua lira...

 
E nas metáforas, sem receio,
Recados amorosos tu envias.
Ah, pobre e cego pombo correio, 
Só tem o som da pianola como guia!

Que não se perca no caminho;
Que não vente muito forte;
Que traga de resposta o carinho,
Da bela donzela pura e nobre.

Esse será meu último voo!...
E, como pombo aposentado; 
Não levarei mais nenhum recado.
O correio definitivamente fechou!

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Praia de Candeias-PE
Humor na madrugada
De 12.09.2016
Apenas Ysolda

Para escutar o fundo musical, acesse:


http://www.ysoldacabral.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=5759878
 

Interação do poeta e escritor Fernando Freire  
que agradeço, de todo o meu coração,
e divido com vocês.


POMBO CORREIO

Fernando Freire 
 

Pombo correio agora é Pigeon E-mail.
Ficou mais veloz,
pra desespero de nossos avós.
Modernizou-se...
Metamorfoseou-se...
Inglesou-se...

Quando o pensávamos findo,
trocou de janela, vestiu-se de Windows,
e posou numa tela...

Continua a nos dar alegria,
embora, para os durázios,
enseje causa de dor atroz.

Às vezes, se nos fala alto,
aquietamos-lhe a voz,
de forma discreta,
em especial se a mensagem é secreta,
como acontece se estamos a sós,
lido o texto, a gente deleta.

...Certo dia, cantou o seu passado:
verdadeira melancolia, 
mas se dizia cansado de ser tratado
somente como estafeta.

Aí, pra se ver livre da lendária correria.
Parou a entrega das velhas cartas
em envelopes de borda verde-amarela.

Ao pé da letra:
a estafa de um estafeta.
Aposentou-se por invalidez
e abrigou-se de uma vez
no recôndito de um monitor.

Se convidado for,
ele aparece, ligeiro,
na janela de uma pequena tela.

Para os amantes de antes,
belas lembranças de um fiel mensageiro.
Para os amantes de agora,
coisa de outrora, que "voa ligeiro".
Para o estafeta,
o sonho de morrer poeta.

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Para ler Fernando Freire, acesse:


http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=87899