O indefectível sorriso da velha senhora, real e inventado, ao mesmo tempo - Ah, a velha senhora com sua dialética, com a dialética que a salva e a dana... que a dana e a salva, sempre. - Foto editada, isto é, não-inteira. Ser fiel, para ela, para a velha senhora, é manter-se anônima e manter, anônimos, segredos... segredos... segredos... de pessoas e de espaços... É assim. Sempre tem sido assim...



            
Um reencontro depois de anos...



 
     Sábado passado, quando nos reencontramos, depois de anos... no seu velho apartamento, amigo meu, cercados, também, por alguns dos amigos comuns tão caros, ao nos abraçarmos você chorou, caro... Você chorou... Todos notaram... Você chorou e sei que não pelo que nos tornamos, pelo que permitimos que a vida nos tornasse... Você chorou in memoriam, in memoriam do que fomos e do já não podemos mais ser, nunca mais, que o presente... ah, o presente...
      Percebeu? Ninguém perguntou a ninguém: "Tudo bem?"... ou "Como vai..." Ninguém se atreveu e isso foi salutar, isso salvou um reencontro pessoal e coletivo. Aí, no fim de festa, quando restamos alguns muito poucos, os mais cúmplices, pediram-me para eu cantar umas musiquinhas e eu cantei, começando com a que a você pediu, amigo meu e, admito, doeu-me cantá-la: "Pequeno concerto que virou canção" do Vandré. Cantei-a, com dor, já nem sei por quem a dor, acho que por todos ou por quase todos nós... Depois a gente cantou "Rosa", "As Pastorinhas" , a canção que eu compus "Ouro e Prata" e tome Dalva e Herivelto e Lupicínio! (...) - ai ai ai ai (...) Tiramos fotos... foi bom, apesar da presença dos nossos tantos tempos, alguns travados na garganta... Foi bom...Foi bom..