FOLHAS DE OUTONO
Observo folhas mortas, espraiadas ao vento
no chão, sob arvoredo nu, atapetando a praça.
Imagino que foram belas, depois sem alento,
caíram, ressequidas, sem vida, sem graça...
E já foram viço das árvores que acolhedoras,
ofereciam sombra, e nos seus galhos, ninhos
de pássaros e maviosas canções enternecedoras!
Hoje não mais. Tudo é silêncio, vazios os caminhos.
E vazios também ficaram na praça, os bancos.
Ninguém se arrisca sentar, caindo garoas!
Os pássaros, sem lares, partiram aos poucos...
Mas o tapete cobrindo o chão, me faz pensar
que a vida não para, como folhas, pessoas
se vão, dão lugar a outras... num eterno renovar!
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Interação da querida Adria Comparini
Tapetes de Amor
(Para o Dia de Corpus Christi)
Encanta-me o trabalho primoroso,
Feito com zelo e cuidado...
Reciclando materiais deixados,
Lixo que se renova; é maravilhoso.
Qual folhas de um outono rugoso,
onde aos poucos tudo ao léu é deixado,
As folhas secas, o nosso passado,
E se transformam em algo virtuoso.
Repensamos na religiosidade,
Que nos une ao amor que perdoa
E nos conecta com a eternidade.
Tapetes de amor, retratam a Verdade
de um Deus amoroso que se doa
Para que em nós renasça a sua Vontade!
Adria Comparini