NO DIA DO POETA
REPUBLICAÇÃO – Texto de 20 de outubro de 2009
Hoje, 20 de outubro, Dia do Poeta. Que ser é este a fabricar "inutensílios", na palavra de Paulo Leminski? Que ser é este "fingidor (que) finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente", segundo Fernando Pessoa? E quando Cecília Meireles escreve: "Não sou alegre nem triste: sou poeta", que está ela a dizer?
Guardei estes versos do meu primeiro poema, aos nove anos: (...) A tristeza é uma megera/ de tez fina e sombria./ Os tristes têm nela/ a melhor companheira/ amarga, solitária e fria (...). O que levou minha criança a escrever tais coisas aos nove anos? Alguns dirão: é apenas o registro de uma patologia precoce. É bem possível, quem sou eu para afirmar o contrário? Por outro ângulo, se aceitarmos estes "versos" como poesia, então a poesia é a marca precoce da Tristeza sobre a fronte dos que virão a carregá-la pelo resto da vida?
Não o creio. Relembro Cecília: "Não sou alegre nem triste: sou poeta". Relembro Fernando: "O poeta é um fingidor./ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente." E, para tornar claro para que serve a poesia, no sentido do estreito pragmatismo no qual e para o qual fomos educados, a poesia não serve para nada, segundo o belíssimo neologismo do Leminski: um inutensílio.
No entanto, esse inutensílio é a ponte precária sobre a qual nos debruçamos e vivenciamos as fundas águas da morte, as fundas águas da vida, as fundas águas do amor. Através desse inutensílio, nossa danação, nossa salvação, nosso caminho cotidiano entre esses dois abismos, a buscar, insensatamente, a eternidade dos segundos.
FELIZ DIA DO POETA A TODOS E A CADA UM, AMIGOS QUERIDOS. MEU ABRAÇO FUNDO.
Guardei estes versos do meu primeiro poema, aos nove anos: (...) A tristeza é uma megera/ de tez fina e sombria./ Os tristes têm nela/ a melhor companheira/ amarga, solitária e fria (...). O que levou minha criança a escrever tais coisas aos nove anos? Alguns dirão: é apenas o registro de uma patologia precoce. É bem possível, quem sou eu para afirmar o contrário? Por outro ângulo, se aceitarmos estes "versos" como poesia, então a poesia é a marca precoce da Tristeza sobre a fronte dos que virão a carregá-la pelo resto da vida?
Não o creio. Relembro Cecília: "Não sou alegre nem triste: sou poeta". Relembro Fernando: "O poeta é um fingidor./ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente." E, para tornar claro para que serve a poesia, no sentido do estreito pragmatismo no qual e para o qual fomos educados, a poesia não serve para nada, segundo o belíssimo neologismo do Leminski: um inutensílio.
No entanto, esse inutensílio é a ponte precária sobre a qual nos debruçamos e vivenciamos as fundas águas da morte, as fundas águas da vida, as fundas águas do amor. Através desse inutensílio, nossa danação, nossa salvação, nosso caminho cotidiano entre esses dois abismos, a buscar, insensatamente, a eternidade dos segundos.
FELIZ DIA DO POETA A TODOS E A CADA UM, AMIGOS QUERIDOS. MEU ABRAÇO FUNDO.
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LINDA, FUNDA INTERAÇÃO DO QUERIDO POETA AMIGO FACURI.OBRIGADA, CARO. BEIJO DA ZU.
20/10/2014 14:37 - Facuri
Poeta, cego, sem atino, apaixonado ou equilibrado, erudito ou ousado,em cordel pouco polido,é o poeta inspirado!
Quando o poeta emudece, da sua rima e prosa o mundo entristece, carece...
Se o verso não agrada, há pois razão e sentido, pois nem sempre o poeta concorda, e tudo em sua volta se torna em expoente alarido.
Mas quando o poeta se cala em atitude torpe e sensível, o mundo percebe que para o poeta nada é impossível...Surgindo então a curiosidade daquilo que ocorreu: Eis que no celestial firmamento nasceu uma estrela:
Porque um poeta morreu!?
Quando o poeta emudece, da sua rima e prosa o mundo entristece, carece...
Se o verso não agrada, há pois razão e sentido, pois nem sempre o poeta concorda, e tudo em sua volta se torna em expoente alarido.
Mas quando o poeta se cala em atitude torpe e sensível, o mundo percebe que para o poeta nada é impossível...Surgindo então a curiosidade daquilo que ocorreu: Eis que no celestial firmamento nasceu uma estrela:
Porque um poeta morreu!?
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