DEGREDO

Perde-se nas espumas brancas

Das águas que eu mergulhei

Teu nome guardado

No degredo de minh'alma.

Como tardes que gritam, e queimam

A consternar-me na alma

Em fugidias recordações

Nas águas claras do meu viver.

Fulguras como um ser abortado

A transitar no meu ser assolado

Nas tardes que se vestem de saudades

No boreal, o rosto de quem amei.

Tal ira desbravada...

Enlouquecida no meu viver

Sempre ancorado no meu ser

A buscar-me num vazio em vão.

Qual ser que vaga, perdido na existência

A brilhar em águas fugidias

Que resplandece numa saudade

E me abrasa num tempo perdido.