A(mar)
A leviandade dos nossos caminhos
leva a um ponto de melancólico porto:
é singelo saber que em nossos destinos
pulsam no mar o amor e o desconforto.
Navegamos ao sabor do sal e da intimidade
e já debochamos dos temporais de outrora;
só nossa ausência é um norte de felicidade,
que nos ironiza: - Onde se atracam, agora?
Ora bem, onde naufragamos aqueles anos?
Modificou-se a geografia, e como mudamos!
– Até nos consentimos aventurar sozinhos...
Contudo, temos os suspiros voando no céu
– sempre caravela de regresso, itinerário fiel:
entremeio praias ao longe, somos meros vizinhos.