Venho acompanhando, de longa data, os programas do grande animador, artista, humorista e cantor, senhor Raul Gil, um cidadão de alta capacidade de conduzir um auditório com a autoridade de quem tem mais de sessenta anos na estrada.
 

          Nos dias de hoje, depois de passar por quase todas as emissoras de TV deste país, esse renomado artista está-se apresentando com a sua equipe no Sistema Brasileiro de Televisão – SBT --, de propriedade do empresário Sílvio Santos. Atua aos sábados, depois das 14:00 horas, e seu auditório é repleto de gente de bom gosto, na maioria garotas belas de muitos rincões brasileiros. Ocorre justamente um pouco antes da grande palhaçada que é o programa do HULK (sem talento), na Globo, que para mim nada representa em termos de maioridade para um segmento que já tem mais de cinquenta anos. Pra falar a verdade, a meu pensar, foi justamente a sua companheira Angélica, com todo o seu cartaz, que conseguiu encaixá-lo na TV.
 

Raul Gil e a candidata injustiçada Luana

 

          No momento atual por que passa a televisão neste país, que prefere exibir enlatados importados e/ou novelas, notadamente da Rede Globo de Televisão, a poderosa, que mantém mais de 1.200 afiliadas em todo o Brasil, cobrindo, assim, todo o território nacional. O Sistema Globo é tão poderoso que faz tufo o que desejar. Por exemplo, se ela cismar de me fazer o maior escritor do Brasil, que pode parecer impossível, ela o fará sem qualquer trabalho, ou qualquer dificuldade. Todavia, quando quer destruir o faz com a mesma competência: Até hoje ninguém sabe a razão de o Chico Anísio ter sido tão injustamente jogado pra fora do ar por essa emissora.
 

          Prosseguindo na minha linha de raciocínio, penso devesse o governo exigir das emissoras que dedicassem parte do dia à apresentação de shows com valores da terra, não necessariamente programa de calouros, até por que não teria graça querer competir com o Raul Gil. Posso assegurar, com certeza, que ele vem desde algum tempo sendo o líder na descoberta e na concessão de oportunidades a jovens promessas na arte de cantar.
 

          Está apresentando um musical (Mulheres que Brilham), sim porque essas mulheres que se dedicam ao programa são melhores profissionais do que muitas que estão por aí podres de ricas. Essas garotas, que querem um lugar ao sol, e todos nós temos o direito de sonhar com dias melhores no futuro, estão sendo patrocinadas pela Sonic Music, pelo SBT e por uma empresa que produz uma famosa lã de aço, produto indispensável na cozinha de qualquer pessoa. Pois bem, a atual competição envolve a escolha do melhor talento que aparecer (somente para o sexo feminino).
 

Auditório frequentado por lindas garotas

 

         
           Ontem foi a primeira final, porquanto só uma poderá ser classificada, o que para mim é uma senhora injustiça. Por exemplo, deixaram de fora para o próximo programa a cantora Liliane, uma magrinha de bom gosto, corajosa, criativa, que deixou o público bastante empolgado com a apresentação que fizera da música “Upa Neguinho”, que foi sucesso da Elis Regina nos velhos tempos de festivais, composição de 1967, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri. A garota cantou demais, deu seu show e mexeu com os nervos do auditório, todavia não com os dos jurados, que a meu entender cometeram a maior das injustiças dos últimos tempos.
 

          Claro que todas são boas, têm gabarito e condições de serem escolhidas, disso não resta dúvida. A vencedora terá direito a um contrato de um ano com a gravadora, que deverá lançar o primeiro disco por ela produzido. Na verdade, os jurados são bons até demais, todavia não está imune a cometer tamanha ingratidão com essa garota, agora desclassificada, mas com toda a certeza ela será procurada por outras firmas do ramo para gravar seu disco, seu grande desejo.
 

          Acho que o povo brasileiro deveria melhor prestigiar esse que é o maior Musical que acontece no Brasil, dando assim valor aos que são de casa. De antemão quero dizer que esse meu apelo será muito difícil de ser atendido, eis que o nosso povo já se tornou refém da Rede Globo, e quem quiser que se dane e vá bater em outras portas. Digo isso de cátedra, eis que aqui em casa é o que acontece, mas eu tenho o meu próprio aparelho de TV. Precisamos aumentar o IBOPE de quem produz para o Brasil.