BRINDEMOS

Brindemos ao marasmo,

Ao sabor seco das palavras fingidas na boca,

Ao porre que vêem,

Aos amores desta noite,

E aos tantos amores amputado nessa mesma noite!

Brindemos ao estado de bêbado;

Que pra muitos, é o melhor que lhes convéns!

Brindemos!

Ao que não dá certo,

Feito nos dois!

Ao preço alto das coisas necessárias,

Ao preço baixo das vulgaridades,

Brindemos a vulgaridades!

Ao livro que não fiz,

Ao homem que não sou,

A cidade que não vivo, mas que não sai de mim!

Ao poema por fazer!

Ao dinheiro, brindemos ao dinheiro,

Já que é bem, mas fácil brindá-lo que ganhar.

Brindemos,

Aos bons amigos,

Aos maus também,

Não aos políticos,

Mas as putas, brindemos as putas,

Benditas as putas, brindemos de novo!

Não aos políticos,

Brindemos a fé,

Algo que busco,

Brindemos ao amor,

Algo que já tive, mas busco encontrar novamente!

Brindemos as camas alheias,

E as nossas também,

Os poetas do mundo!

Toda arte, brindemos de pé!

Brindemos as diferencias,

As cores de pele,

Brindemos...

Brindemos à morte,

Que ainda não chegou!

Brindemos a poesia...

Brindemos até o muito gole!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 17/08/2012
Código do texto: T3835560
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