Asas de Areia
noite escura e sombria
debruçado no peito
costura a podre ferida
que no pranto fez leito
vinagre e sal, o néctar jogado
nos olhos traídos e cansados
anestesiado por um segundo
os joelhos no arame farpado
coração só, alma faminta
até o fel, a ela alimenta
deserto, tem borboleta;
sem asas; esperança
sem rosas e estrela
com rumo vagueia
transformando
em areia
só, se
vai