MEU CORAÇÃO
MEU CORAÇÃO
perguntaste do coração – no caso o meu,
– se lhe dão amor, logo ignoram... e azeda,
não tem mais o sangue que o embebeda;
– e ele, por tua causa, há muito feneceu.
mas meu coração tem fé – esperança leda,
morte não é, a rigor, o “escreveu e não leu...”,
tristece como a flor que a formiga roeu
mas rejuvenesce quando outro amor o enreda.
triste, pranteia a alma o amigo coração,
com ele dividia as alegrias do amor
é imortal, mas sente fundo a desilusão.
sonha se do femíneo corpo sente o odor
e, cega, cai de cabeça nessa paixão
... e se agita no leito e se morre de dor!
060811 – afonso martini