Na noite de insônia,
nasce o desassossego
com sua face solene
e, a ele, eu cedo.
Uma sensação infrene
de mim se desprende
- uma coisa inexata -
uma coisa feia, chata,
e de umidade me cobre,
escorre em vil suor
porejando sobre a boca,
sobre o corpo desertor.
É uma ânsia muito louca
e minha nudez se arrepia
pois espia as paredes nuas,
ora claras... ora escuras,
a ver os olhos que me fitam
do fundo das sepulturas
duns anjos adormecidos,
e uns bichos esquisitos
estão no tampo de granito.
O meu impulso renasce
em face do meu medo
deste cenário ameaçador,
e todo o meu ser se agita
quando a alma aflita grita.
Ah! Eu não consigo suportar,
não posso me conformar
se (entre tanta gente)
só se sente o desamor
nas madrugadas tão frias,
ou nos longos...longos dias.
Eu não sei me reinvetar:
meu espírito é um fugitivo
e vivo a triste sina
dos que são vencidos
pelo tédio...pela dor,
eternamente cativos
da loucura e do horror.
Sei que eu não deveria
(nesta noite de lua cheia)
mas minha mão tateia,
pela cama ela vagueia,
quando pulsa a minha veia,
e quase me alucina,
até eu, por fim, achar
o que a angústia vai mitigar,
aquilo que irá me alegrar,
e que poderá determinar
minha Vida ou minha Morte,
pois só dependerá da sorte
eu ter prazer ou ter ruína
ao me aplicar (num rico pico)
a última dose de cocaína!
Silvia Regina Costa Lima
30 de julho de 2011
nasce o desassossego
com sua face solene
e, a ele, eu cedo.
Uma sensação infrene
de mim se desprende
- uma coisa inexata -
uma coisa feia, chata,
e de umidade me cobre,
escorre em vil suor
porejando sobre a boca,
sobre o corpo desertor.
É uma ânsia muito louca
e minha nudez se arrepia
pois espia as paredes nuas,
ora claras... ora escuras,
a ver os olhos que me fitam
do fundo das sepulturas
duns anjos adormecidos,
e uns bichos esquisitos
estão no tampo de granito.
O meu impulso renasce
em face do meu medo
deste cenário ameaçador,
e todo o meu ser se agita
quando a alma aflita grita.
Ah! Eu não consigo suportar,
não posso me conformar
se (entre tanta gente)
só se sente o desamor
nas madrugadas tão frias,
ou nos longos...longos dias.
Eu não sei me reinvetar:
meu espírito é um fugitivo
e vivo a triste sina
dos que são vencidos
pelo tédio...pela dor,
eternamente cativos
da loucura e do horror.
Sei que eu não deveria
(nesta noite de lua cheia)
mas minha mão tateia,
pela cama ela vagueia,
quando pulsa a minha veia,
e quase me alucina,
até eu, por fim, achar
o que a angústia vai mitigar,
aquilo que irá me alegrar,
e que poderá determinar
minha Vida ou minha Morte,
pois só dependerá da sorte
eu ter prazer ou ter ruína
ao me aplicar (num rico pico)
a última dose de cocaína!
Silvia Regina Costa Lima
30 de julho de 2011
Esta poesia não é uma 'homenagem', ... não, é apenas como penso que deva se sentir uma pessoa que precisa de drogas pra viver...esse desassossego da alma.. e é somente a vida (e a possível morte) de um personagem muito sofrido que quis retratar dentro da minha poesia de ritmo intenso e forte ...Serviria para Amy? Sim, e para todos os demais que se foram do mesmo modo. Que pena.
Serve para os que 'ainda' não se foram ... e também para os que usam qualquer tipo de droga ilícita ou mesmo as permitidas - assim como o cigarro e o álcool...por favor...revejam isso...busquem ajuda - e permaneçam vivos!