Ilhado
Se não soubesse que a vida pulsa,
lá fora, isenta de mim,
talvez, não sentisse repulsa,
à solidão, que me tem assim.
Mas, há um banquete, e sou barrado,
é normal, que a fome incite,
a transpor o muro pro outro lado,
que é muito alto, acredite.
Aí, a prisão se faz mais dura,
traz iguarias, no sonho de tê-las,
é noite, dobrado escura,
privando da lua, e das estrelas.
Deixa estar, que entro na vida!
Inda ludibrio seus anticorpos;
deixo a ilha da solidão,
e conheço, diversos portos.
Ou, quem sabe acostumo só,
com minhas penas, brincando de apache;
até que o fado acenda o fogo,
sinal, pra que o socorro me ache…