Ilhado

Se não soubesse que a vida pulsa,

lá fora, isenta de mim,

talvez, não sentisse repulsa,

à solidão, que me tem assim.

Mas, há um banquete, e sou barrado,

é normal, que a fome incite,

a transpor o muro pro outro lado,

que é muito alto, acredite.

Aí, a prisão se faz mais dura,

traz iguarias, no sonho de tê-las,

é noite, dobrado escura,

privando da lua, e das estrelas.

Deixa estar, que entro na vida!

Inda ludibrio seus anticorpos;

deixo a ilha da solidão,

e conheço, diversos portos.

Ou, quem sabe acostumo só,

com minhas penas, brincando de apache;

até que o fado acenda o fogo,

sinal, pra que o socorro me ache…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 23/07/2011
Código do texto: T3112997
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