POR QUÊ NÃO FECHEI O PORTÃO ?
Manhã agitada, ainda na cama escuto um objeto quebrando, quando chego à cozinha, descubro que meu marido, transformou em vários pedaços a cafeteira que trouxemos de nossa viagem.
Ah, adoro essa cafeteira! É uma versão sueca, em que se coloca o pó de café a água e vai abaixando a tampa, no próprio recipiente de vidro. Pior, que semana que passou, fui eu, que quebrei uma outra do mesmo modelo, um presente do filho para mim.
Bom, fazer o que? O café feito de outra forma não trouxe o sabor costumeiro. Mas, era o que tinha pra hoje.
Vou pra sala de tv pegar meu computador, e assim que ligo noto que precisa de carga. Surpresa, o Marley se encarregou de comer parte do fio da peça. O estrago só não foi maior, porque meu marido tem um computador e carregador igual ao meu.
Nos dois casos a imprudência foi nossa. Descuido ao lavar a cafeteira, e o carregador deixado no sofá da sala, com um filhote a solta, é travessura na certa.
Ainda bem que foram descuidos que puderam ser contornados, há os que não tem como ajeitar.
Quando menina, me lembro de um caso triste que aconteceu em nossa vila, um rio que passava atrás de uma das casas, uma menina de cinco anos, deixada na casa da avó, enquanto a mãe ia ao médico, um "descuido" e encontram depois de muito procurar a criança afogada no rio.
Hoje, esse episódio triste me veio à lembrança, quando por "descuido" tivemos dois acidentes. Ambos contornáveis, somente movimentaram a manhã de maneira diferente.
Já aquele corrido na vila, nunca pode ser contornado, e deixou aquela avó pelo resto de seus dias, lastimando e repetindo sempre: Por que eu não fechei o portão que levava ao rio, por que, por que.....