POR QUÊ?
Por que é que sempre segues
Por onde o sol não brilha
Se a sorte que persegues
Caminha por outra trilha?
Por que buscas o impossível
Sonho que jamais se sonha,
Se o pesadelo temível
Traz esta cara medonha?
Por que, amiga, por que,
Tu foges de um abraço
E não me deixas saber
De tua vida o compasso?
E por que, a tua alma,
Quando escreve poesia,
É tão serena e calma
Que as estrelas alicia?
Não ouses secar o pranto
Com este ar de chalaça.
Sei que existe um belo canto
Por detrás desta couraça!
(Milla Pereira)