FRIO
Desperdicei as lágrimas
Olhando os restos dos ossos...
Todas as sobras que vi
Cairam aos poucos
E eu nunca nem me atrevi
Tentar entender os destroços...
Desperdicei os sorrisos
Somatizando dores e traumas...
Quem disse que a vida é bela
Deve ter sido amado o bastante,
Deve ter conhecido o paraíso
E nunca ter sentido
Essa lâmina tão cortante...
Desperdicei o juízo
Transformando desejo em utopia,
Tinha tanta fogueira em meus olhos
Mas era tanto gelo...
Que ardia!