Privilégios do tempo.

E a vida como ampulheta derrama feito grão os dias vividos, que já me foram alguns, diante dá existência daqueles que tiveram uma experiencia e dias, destes os seus comigo dividiram. Assim a vida é coletiva, somos fruto dás sociedades, tanto desta que existimos, como das tantas outras que já esquecidas em suas dores, deixaram suas cicatrizes.

Assim nesta prisão temporal, condenados estamos a deixar a existência e, nos tornarmos história no máximo, ou lembrança.

Más a vida, esta nossa dá década de 1950, iniciada aqui no Brasil, teve com certeza peso, para cair como grão pesado no conjunto dá ampulheta do tempo. E dentro deste conceito há o individual, iniciando pela região do pais que nascemos, regidos pela politica, que tem sua história nas cidades e bairros.

Claro que no Brasil o futebol, sempre pauta das falas adultas, tanto em casa como nos rádios e assim marcaram-me os dias, os caídos na ampulheta. Assim fui aprendendo a ser eu mesmo, escolhendo um time para torcer, uma igreja para rezar, ou até uma escola para estudar.

Minha cidade de nascimento é próxima dá capital, uma rodovia recém inaugurada nos mostra a importância do lugar, sem nos cobrar por isso uma reverência, embora ela seja uma referência no Estado. Para o bairro na verdade era motivo de dor e preocupação para os pais, já que seus filhos de todas idades, tinham que conviver com os perigos daquele projeto.

Logo para mim também escola era sinônimo de perigo, ter que atravessar a rodovia, onde muitos já haviam morrido nos dava medo, só superado com os assuntos infantis, que íamos falando uns com outros e nos distraiamos, só nos dando conta dá segurança na estrada de terra do bairro.

Talvez até a direção dá escola levasse em conta os riscos de morte diários, que muitos alunos por lá estudarem se submetia, porém falo dá época dá década de1960, que a pauta dos dias era a "ditadura militar", assim subjugando os riscos das crianças que lá estudava.

Más aquele "governo", de 64 em diante, preocupado em ouvir terroristas dos EUA, aliados dos brasileiros golpistas não se preocupava com as crianças, antes os de mais de 15 anos podia sofrer pena de morte, como se ouve dizer que houveram, até encontraram em Perus, cidade vizinha a nossa, uma cova com mais de 1000 cadáveres de gente de todas idades.

E quando nós atingimos está idade, começamos a ver casos próximos de maus tratos e coisas do gênero. Bom esta enveredada na história nacional é, só para justificar os dias idos, como grãos de areia dá ampulheta dá vida.

Ainda enquanto lá estudava fui surpreendido com a determinação de que iria estudar em escola paga, o que me desagradou, já que havia feito o "supletivo, uma prova de capacitação para estudar na escola do governo" e, já havia passado orgulhoso brigo em casa para estudar em escola do governo, más a voz patriarcal venceu, levando anos de submissão para ampulheta e não só dias.

O motivo de lembrar estas histórias esta no fato dá mesma escola, agora com roupagem diferente, ao invés de parecer uma escola de fazenda, ganhou novo endereço e um prédio digno dá década de 1970, enterrando o coronelismo educacional, para uma aventura desconhecida para os educandos, que passou a reverenciar estes novos dias, jogando na ampulheta com escarnio vários anos na ampulheta, que como um buraco negro sugava toda luz que se possível fosse tivesse existido.

Bom acabei desistindo mesmo de estudar em escola particular e voltei para o reduto. Este fato me revelou um anarquista barato, lutando desarmado contra a cultura fardada, pois sabia o governo militar ter investido na educação e alguns municípios tiveram o privilégio em ostentar um prédio digno.

Como se vê não fui bem aceito, me obrigando a jogar na lata de lixo dá minha história, o ano que acabou em expulsão, onde só o professor de história, um negro guei se recusando a assinar minha expulsão. Claro, mais dias na dita ampulheta, que vou dar uma guinada nela, saindo deste critério cavernoso e indo para fazenda no Triângulo Mineiro.

Más não há como fugir dá maldita ampulheta, todo dia é dia de viver plenamente e deixar na lembrança os feitos e não feitos.

Assim aprendi lá a ser tratorista, arando gradeando, plantando e colhendo. Conseguindo com isso um tempo para reflexão, más tudo que imaginava esbarrava no fato de haver militar no poder, e assim o "isso pode e isso não pode", fez parte de minha história.

Os dias escorriam, as leis mudavam e mudavam tanto que o Triângulo, antes um território Mineiro sem expressão, passou ostentar lugar de destaque em Minas Gerais, ao ponto de conseguirem desmatar o território em detrimento de Usinas de álcool e açúcar. Por lá o progresso chegava, isso aliviava o sofrimento dos do Triângulo e ainda alavancou o progresso na região.

Neste interim eu casado duas filhas, arrisquei as fixas em ajudar a mim mesmo e ao município, gerando conquistas lá existentes até hoje. Então agora que são elas, creio que as ampulhetas ter dois compartimentos um de tempo indo e um de tempo passado, assim vejo a minha cheia de passado e só restando poucos grãos de areia cair.

Bom neste interim chego aposentado por uma prefeitura que me manteve como funcionário público, por 16 anos após passar em concurso público. Estes dados traz uma cheia assustadora pra mim, no compartimento do passado pessoal. Bom considerando uns 10 mil anos de registro humano, contribuo ainda vivo com um passado ativo ainda, dado os resultados que obtive.

Agora finalizando, entendo haver de esperar sorte para continuar minha ampulheta funcionar adequadamente, já que os motivos são nobres, desde um livro á uma noite de sono restauradora. bjs Kiko.

Kiko Pardini
Enviado por Kiko Pardini em 10/05/2024
Código do texto: T8060466
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