Solidão ou Solitude

Reflexão:

A solidão não necessariamente pode ser negativa. Também pode ser voluntária (solitude). Porém, uma vida "toda" solitária, por mais cultura que o indivíduo possua e conhecimento teórico e psicanalítico, ela se torna pouco evolutiva. Não digo de relacionamento afetivo, mas sim de relações interpessoais, como conhecer a visão de um negro e suas vivências de racismo reais , de um baiano e sua cultura, de alguém com verdades diferentes, o igual com igual o tempo todo não amplia. O frente a frente, o fato de ouvir realidades longes das telas.

Estamos caminhando para um mundo de pessoas cada vez mais solitárias. A solitude não deveria ser algo temporário para encontro com si mesmo e recuperar as baterias sociais?

O que dizer dos ilusórios amigos ou crusch virtuais, Tinder? Sexo casual. Existe mesmo satisfação nisso ou estamos indo num fluxo da coletividade? Solidão mascarada.

Na minha juventude, existia o sexo consensual, onde existia o flerte, o encontro na balada, o reencontro do reencontro e o anseio pelo sexo consensual de alguém pelo qual existia um conhecimento e contato. Não vou ser puritana.

Mas atualmente o vazio nas conversas, o exercício de se passar por rei ou rainha do sexo, torna as pessoas cada vez mais objeto de "contatinhos", que afinal o que te agregam? Solidão mascarada.

Poliamor é a bandeira da geração atual. Acho interessantíssimo esse despreendimento .

Mas como se relacionar com a geração 40 +? Em plena adolescência tardia. Cada vez mais gerações solitárias e com medo de gente. Eu tenho medo de gente! Me tornei o que mais temia!

Sinto minha bateria social cada vez menor. Ao passar um dia de trabalho com pessoas diferentes, a necessidade do silêncio, de solidão, conexão comigo mesmo tornam-se um bem necessário. Porém, não me vejo sem o café com uma amiga, ou uma bebida no bar com colegas, ouvindo histórias hilárias de todas loucuras que cometemos, sofremos e rimos. Claro, não tão frequentes. O entendimento é que nascemos para viver em sociedade, fato. Mas a realidade é que a sociedade não me agrada. Como lidar com esse conflito de querer ser solitário, sem perder os aprendizados da vida em comum?

Aprendi que vida social satisfatória ocorre quando se tem dinheiro no bolso.

Aprendi também que se não amarmos nossa companhia, os demônios de nossa mente tomam conta e a solidão vira tortura.

Encontrar a solitude como modo de vida é freudiano e consenso da nova era.

Fabiana Fernandes Perini
Enviado por Fabiana Fernandes Perini em 24/08/2023
Reeditado em 02/11/2023
Código do texto: T7868881
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