UM PAÍS CHAMADO LIBRAS

Por volta do ano de mil e quinhentos, um europeu, de Turgopal, conhecido como Edpro Álevras Calbra, organiza uma viagem para a Ídina, um país asiático.

Edpro Álevras Calbra prepara suas caravelas e as lança ao mar.

As caravelas transportam, também, um sábio escrivão e um frei muito fervoroso. Precisam registrar os feitos de tamanho intento e das bênçãos de Deus para protegê-los. O nome do escrivão é Epro Zav Chamain e do frei, Rinequéh Comibar.

Tudo pronto, começam enfrentar as águas desconhecidas do Oceano Atlântico, o grande Mar Tenebroso.

Lá pelo terceiro ou quarto dia de viagem, são surpreendidos por correntes marinhas que os levam para outra direção.

Lutam muito, mas não conseguem vencer as correntes e vão parar em terras, até então, desconhecidas.

Ficam surpresos ao encontrarem ali homens robustos e mulheres lindíssimas, todos muito à vontade, peles bronzeadas e cobertas de coloridas penas de pássaros e folhas da imensa floresta.

Epro Zav Chamain escreve ao rei de Turgopal e lhe dá a notícia da descoberta. O rei fica maravilhado com as descrições do sábio escrivão.

Diante dos olhos atônitos e desconfiados dos nativos, o frei Rinequéh Comibar planta uma cruz na nova terra e celebra a primeira Missa.

Depois de muitos nomes discutidos, resolvem batizar a nova terra com o nome de Libras.

Libras nasce para o mundo como a terra de leite e mel. Nunca se viu tanta riqueza. A fauna é exuberante. A flora é de uma variedade tão grande que ainda hoje se descobrem novas espécies. O manancial de água doce é o maior do planeta. As riquezas do solo são incomensuráveis. Ouro, diamantes, esmeraldas, cristais, minérios raros e tudo que o mundo precisa.

Começa a exploração de Libras. Os turgopaleses, diante de tanto trabalho, tentam escravizar os nativos. Tentativa fracassada, resolvem trazer mãos-de-obra escravas de Rácifa, o continente negro. Foi um tempo duro para os racifanos, escravizados nos garimpos e nas lavouras. Os livros de História estão recheados desse período triste de Libras. Foram muitas lutas para que chegassem à libertação dos racifanos. Perderam-se muitas vidas. Derramou-se muito sangue!

Libras, porém, é um país destinado à glória. Nasce, ali, Sojé Coboináfi Daranda Vilas, o homem que impulsiona a Independência.

Juntam-se a Daranda outros librianos ilustres para reforçar o grito pela liberdade. “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!”.

Lá pelos idos de mil oitocentos e vinte e tantos, o filho do rei de Turgopal solta o grito de independência e Libras nasce para o mundo como um país livre.

Começa a grande luta de Libras para tornar-se um país digno de seus filhos. Riquezas não faltam. Não faltam homens ilustres e cultos. Uma imensidão de terras se desenham às vistas daqueles que desejam plantar as sementes da abastança. E como é boa essa terra! Dizia o escrivão: “Em se plantando, tudo dá”.

Libras atravessa um período em regime monárquico. Enfrenta guerras externas, revoluções internas e depois de muita luta consegue pacificar a nação.

Temos que ressaltar a grandeza de seu Imperador, Dom Edpro Gedunos. Durante seu reinado, Libras desenvolveu-se à altura e dignidade de seu povo.

Vamos entrar na era da República, regime que dura até hoje. O regime republicano é o mais conturbado da história. Poucos homens públicos fazem jus ao nome de librianos honrados e honestos.

Estamos diante de uma orgia política, onde cidadãos levam aos mais altos cargos públicos, através do voto inconsciente ou comprado, crápulas egoístas e desonestos que sufocam a nação.

Nos últimos oito quatriênios de governo, infestaram toda máquina estatal de Libras. Sobram, aqui e ali, alguns professores, um que outro funcionário público digno do cargo que ocupa.

Por enquanto, não há um só político digno de Libras. Todos, todos envolvidos em falcatruas, roubalheiras sem limites. Faz parte do sistema.

Os librianos clamam por um país justo. Um país onde a honestidade fale mais alto. Um país onde não haja fome pois, afinal de contas, Libras é o celeiro do mundo!

Como já dissera antes, Libras está destinado à glória. Os librianos começam buscar a ferramenta mais eficaz para o sucesso: o Conhecimento. Notoriamente, começam pelos Professores. Os docentes passam a ser a elite de Libras, valorizados, bem remunerados e respeitados em suas funções. Já não há mais uma guerra política ou ideológica, mas uma luta pelo ensino de qualidade.

Os professores se instruem, cada dia mais, e transmitem aos cidadãos todo conhecimento necessário para sua libertação.

As Faculdades se multiplicam. Os ensinos Básico e Médio são aprimorados. Os librianos estão ávidos de conhecimento!

Após um período de maturação, Libras começa expurgar da vida pública os políticos oportunistas e surrupiadores da coisa pública.

Os novos políticos abraçam a Educação como fonte redentora de Libras. Já não há mais espaço para analfabetos se elegerem a altos cargos da República. Afinal de contas, todos os librianos são educados e cultos. Graças aos esforços de todos, venceu a Educação!

Segundo o filósofo grego Aristóteles, política “é a arte de promover o bem comum”. Isto está sendo implementado em Libras.

Libras será o espelho do mundo!

JUCA VIEIRA

IMPERATRIZ MA

13/07/2021

Juca Vieira
Enviado por Juca Vieira em 18/07/2023
Reeditado em 18/07/2023
Código do texto: T7839754
Classificação de conteúdo: seguro