O inferno existe?

Hoje em dia muitas pessoas, inclusive cristãs, questionam a existência do inferno com o argumento de que Deus não é um ser cruel e vingativo. Todavia a doutrina deste assunto, tal como ensinada na Igreja Católica, não é muito compreendida pelo mundo por não ser estudada.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o principal dano do inferno não é a pena dos sentidos, mas a ausência de Deus. Sendo Deus a perfeição eterna e absoluta nós fomos criados para a eterna fruição divina, a Visão Beatifica. Mas existe o livre-arbitrio, Deus respeita a nossa vontade e não empurra ninguém para o Céu. Embora essa doutrina seja difícil de compreender, como reconheceu Frei Boaventura Kopplenburg, não quer dizer que esteja errada. Pois o saudoso Dom Marcos Barbosa, em suas brilhantes crônicas radiofonicas, observou que, para uma pessoa que rejeita a Deus e suas leis, o inferno deve parecer mais doce que o Céu. E que dizer dos satanistas, seita de adoradores do demônio? Sobre eles o Professor Felipe Aquino, em seu programa de televisão, observou ironicamente mais ou menos isso: "Ora, meu filho. Se você adora o demônio, então vai morar com ele".
Sabemos que a grande lei de Deus é a do Amor. Este universo foi criado num ato de amor, e todas as criaturas. Alguns anjos, mesmo tendo sido criados bons, afastaram-se de Deus por orgulho. Eu não li o "Paraíso perdido" de Milton, mas li comentários sobre essa obra, onde Satanás (= O Adversário) tenta justificar sua rebelião, dizendo que prefere governar o inferno a ser um servo no Céu.
Essa é a raiz do pecado: a soberba, a ausência de humildade.
A impenitencia final cristaliza uma opção, tornando-se definitiva. E da mesma forma, os santos que estão no Céu jamais irão se perverter, pois já optaram definitivamente por adorar e servir a Deus e praticar o bem.
Em suma, são nossas escolhas que decidirão nosso destino. E Deus nos ama tanto que Ele mesmo, encarnando entre nós como Jesus Cristo (o Verbo Divino), nos trouxe a mais pura doutrina e deixou-se sacrificar por amor a nós, para nos oferecer a Redenção por sua morte e ressurreição.