Discordando do Sr. Chico Alencar

DISCORDANDO DO SR. CHICO ALENCAR
Miguel Carqueija

Na folhinha do Sagrado Coração de Jesus da Editora Vozes, de Petrópolis, para o ano de 2019, encontramos no dia 19 de novembro (Dia da Bandeira) um texto assinado por Chico Alencar, sob o título “Pendão da Esperança”. Esse texto fala da criação da nova bandeira do Brasil por ocasião da Proclamação da República em 1889. Ao explicar sobre a bandeira o autor refere-se ao lema do Positivismo, doutrina que na época influenciou os republicanos. O lema falava “o amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”. Observa Chico Alencar, e eu já sabia disso, que as três palavras (amor, ordem e progresso) deveriam ter sido inscritas no pavilhão, mas por alguma razão cortaram o amor.
Lamentável porém é que, após tais informações úteis, o articulista encerre com estas palavras a meu ver preconceituosas:


“Há projetos no Congresso para que se coloque o “amor” na bandeira, mas ele sofre a resistência dos conservadores”.

Estranho encontrar tal disparate numa folhinha católica!
Afinal de contas por que os conservadores se oporiam à colocação da palavra “amor” na bandeira pátria? Esquece o Sr. Chico Alencar que Jesus mandou que nos amássemos uns aos outros “como Eu vos amei”, e até para amarmos os nossos inimigos? O que é que o conservadorismo teria contra isso, se nossa luta é pelo triunfo do amor?
Por que há tanto preconceito contra o conservadorismo no Brasil?
Ora essa, eu sou um conservador declarado e assumido e, não obstante o que pense o Sr. Chico Alencar, sou plenamente a favor de retificar o erro histórico e inserir o termo “amor” em nossa bandeira.
O que será que o referido parlamentar julga que é ser conservador? Não sabe ele que para ser progressista é necessário ser conservador, pois é impossível progredir sem conservar o patrimônio já existente?


Sir Isaac Newton enxergou longe e alto por estar "sobre os ombros de gigantes", ou seja seus antecessores na Ciência.


No livro “As maravilhas da Matemática”, do grande Malba Tahan, aparece uma célebre frase de Sir Isaac Newton, físico e astrônomo inglês (1643-1727), um dos maiores cientistas de todos os tempos e descobridor da lei da gravitação:

“Se eu consegui ver mais longe do que os outros foi porque subi sobre ombros de gigantes.”

Esta frase lapidar como que sintetiza o pensamento conservador. Para chegar às alturas onde chegou, Newton não jogou fora a ciência de seus antecedentes cientistas; respeitou-a e aperfeiçoou-a.
E o saudoso Papa Paulo VI, hoje reconhecido como santo, canonizado pelo Papa Francisco, declarou por volta de 1970:
“A Igreja é tenazmente conservadora.”
A mídia esquerdista, porém, apresenta o adjetivo “conservador” numa conotação pejorativa, como se houvesse algo de vergonhoso no ato de conservar, sejam valores ou patrimônios.
Nós, conservadores, reconhecemos o amor como a Lei Divina Universal, e é claro que apoiamos a colocação da palavra na bandeira do Brasil.
Uma heroína japonesa (Sailor Moon), que cultiva valores esquecidos pelos super-heróis norte-americanos da DC e da Marvel, tem como bordão a luta pelo Amor e pela Justiça, o amor na frente. E assim valorizam o amor as pessoas mais sensíveis e conservadoras do mundo.
E eu desconfio que os tais “conservadores” a que se refere Chico Alencar, que estariam obstruindo os projetos que trazem o amor para a nossa bandeira... não são conservadores coisa nenhuma. Poucos políticos brasileiros da atualidade podem ser considerados conservadores.

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2019.



Sailor Moon, criada por Naoko Takeushi: "Sou uma Guerreira que luta pelo Amor e pela Justiça!"; é assim que pensam e agem os conservadores.

(imagens da internet; Newton, wikipedia)