Logomaníacos

Logomania: “Mania do discurso; verbosidade, verborragia.”

Encontrei o termo acima perdido na vastidão da internet e, quase imediatamente, adicionei-o ao meu crescente vocabulário. Não que, de veras, a palavra seja bonita. Não que, de fato, a expressão seja muito utilizável. A questão aqui é poder denominar, com apenas um vocábulo, a característica mais atraente de pessoas que, verdadeiramente, sabem conversar.

Nunca senti conexão com gente que poupa palavras. Que economiza. Que segura a emoção. Que guarda pra si. Que investe apenas duas linhas entre um “Oi!” e um “Té outrora!”. Pra ser sincero, sempre detestei os monossilábicos. Se for pra conversar, solta o verbo!

Estou ciente de que essa minha tendência por longos diálogos é influência direta do meu próprio jeito de ser. Sou louco pelo que penso. Apaixonado pelo que falo. Completamente maníaco pelo que faço. Gosto de sentir a empolgação, de erguer o sorriso no rosto, de colocar a cara no sol.

Aprendi a valorizar aqueles que, sem medo, jogam-se por completo e permitem que eu faça o mesmo. Qual a graça de entrar na piscina se não pularmos de ponta? Qual a lógica de conversarmos se formos ficar entre o “ok” e o “aham”?

Todos nós, quando queremos, somos objetivos sem sermos simplistas. Todos nós, quando podemos, somos expressivos sem sermos prolixos. Se você é monossilábico, sinto muito, mas de pessoas chatas, o mundo está cheio. Prefiro os logomaníacos.