Redação ENEM 2014: Publicidade infantil em questão no Brasil

O advento da Lei que regula as campanhas publicitárias dirigidas ao público infanto-juvenil é uma das conquistas dos movimentos populares que ajudará na garantia dos direitos da criança e do adolescente, considerados como alvos vulneráveis aos fetiches mercadológicos.

O avanço desenfreado da tecnologia propiciou ao universo midiático a extensão do seu projeto de valorização do consumo, pois a democratização do acesso ao espaço virtual desprovê de limites. Com isso, as empresas investem em propagandas de sensibilização infantil como meio de persuadir uma nova rede de consumidores, ensejando uma frustração da criança quando lhe é negado aquilo que deseja.

Compreendem-se, destarte, os esforços dos países que promovem a regulamentação da mídia publicitária, embora, nesse caso, torna-se importante questionar dois fatores: I – qual a legitimidade constitucional da lei frente à liberdade de imprensa e a ausência da proibição das músicas de duplo sentido que presumem o mercado sexual e II – quais as políticas públicas de formação na infância serão incrementadas no Sistema Nacional de Ensino.

Por conseguinte, ressalta-se que o ambiente escolar é dotado da responsabilidade de provocar a criticidade da criança estimulando-a a compreender as nuances do sistema macroeconômico, no entanto, a sua estrutura compõe o projeto sistêmico e difunde os padrões condicionados pelo consumo.

Portanto, verifica-se a importância de transformar o sistema educacional investindo na formação ética de seus pares, valorizando os princípios ancestrais, visando uma educação consciente voltada para a humanização que compreenda o consumo como necessário facilitando o cumprimento das normas jurídicas.