Aprendendo com os erros

A estiagem é um problema que vem afetando seriamente o estado de São Paulo, a solução encontrada pelo governador do estado e de tantos outros prefeitos, foi promover um racionamento de água, o que ocasionou muitas críticas e acusações de falta de planejamento. Os momentos de crise, são momentos de aprendizados que serão carregados nos momentos prósperos, segundo essa premissa que aprendizados e exemplos devem ser absorvidos?

Assim como o Brasil, a China também enfrenta problemas de abastecimento de água, tendo como agravante o fato de ser o país mais populoso do mundo, contendo cerca de 21% da população mundial, entretanto dispondo de apenas 6% da água potável do planeta. Visando combater essa questão, a companhia de água de Pequim, está redirecionando os rios, em um projeto chamado de “Desvio de Água Sul-Norte”.

Em Perth na Austrália, que é a cidade mais seca entre as metrópoles da Austrália, foi construído duas grandes estações para remover o sal da água coletada no Oceano Índico e torná-la potável. Hoje a cidade obtém metade de sua água potável a partir do mar. A cidade também fez experimentos com o sistema Gnangara, sua maior fonte hídrica subterrânea, injetando nos aquíferos subterrâneos a água que já foi usada pela população, já tratada, a água é filtrada naturalmente pelo solo arenoso e depois extraída para ser consumida pela população ou usada na irrigação agrícola.

Uma das maiores cidades do mundo, Nova York, iniciou nos anos 90 um amplo programa de proteção aos mananciais de água, para prevenir a poluição nessas nascentes, evitando gastos volumosos com tratamento ou busca de novas fontes de abastecimento. Já na cidade do México, a solução encontrada foi apostar em novos aquíferos.

Na Austrália, Estados Unidos e em Zaragoza na Espanha, foram feitas campanhas para combater desperdícios, pois de nada adianta buscar novas fontes de recursos hídricos se não houver a preocupação de se preservar os já disponíveis. Ainda sobre a campanha ocorrida em território espanhol, a campanha envolveu conscientização em escolas, espaços públicos e imprensa pelo uso eficiente da água, o estabelecimento de metas de redução de consumo, incluindo também incentivos para a compra de aparelhos domésticos econômicos, tais como, chuveiros, vasos sanitários, torneiras e máquinas de lavar louças, tendo aumento de vendas de 15% desses produtos.

Na África do Sul, mais precisamente na cidade do Cabo, assim como em Zaragoza, foi identificado como principal problema, os desperdícios, sendo que foi descoberto que cerca de uma piscina olímpica era perdida por hora, por conta de vazamentos. A maior fonte de desperdício eram os encanamentos domésticos, muitos dos quais deficientes e incapazes de resistir a alta pressão do bombeamento de água. Foram feitos projetos em duas frentes, reforma de encanamentos ruins e redução de pressão da água fornecida. A cidade também adotou campanhas de conscientização para evitar desperdícios.

Há uma frase que diz “levo em meu mundo que floresce, todos os mundos que fracassaram”, considerando-a, e sendo que já é do conhecimento de todos a qual caminho se chegará, quando inesperadamente se enfrentar um período de poucas chuvas novamente, fato que deve cada vez mais deve se repetir, levando-se em conta que a natureza é cada vez mais devastada e o atual momento não deixa qualquer sombra de dúvida quanto ao desfecho. É mais do que necessário que lições sejam aprendidas e que exemplos que obtiveram bons resultados, se viáveis, sejam copiados. Afinal no mundo nada se cria, tudo se copia e se possível aperfeiçoa.

Gui Machado
Enviado por Gui Machado em 09/11/2014
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