Sentimentos Roubados.

Uma lágrima caía, um olhar triste, uma angústia profunda. Um adeus ou quem sabe até breve, um único sentimento, o amor, este sim era radiante, era capaz de abrir um sorriso, capaz de transformar as lágrimas de tristeza, em esperanças de um sentimento verdadeiro.

O amor transformou o dia a dia, a razão do viver se resumia numa paixão. Não era uma paixão passageira, mas um sentimento que dominou todo aquele ser, a cada beijo, abraço, sorriso, ela se desmanchava em alegria, viajava naquele olhar e se entregava inteiramente.

Ele demonstrava todo carinho, afeto e ternura. Sabe aquele homem que todas as mulheres desejam. Carinhoso, romântico, atencioso e ao mesmo tempo poético, quando a deixava dizia: “Que os seus sentimentos por mim sejam eternos, assim como meu amor é eterno por ti.”

Ela ficava radiante, falava com alto e bom som para quem quisesse ouvir que se existisse homem que valesse à pena era o homem dela, que ele era especial, o melhor ser que existia na face da Terra. Suas amigas diziam nem tudo é um mar de rosas, mas quem disse que ela queria ouvir. Não duraram muito tempo suas amizades. Em dois meses se afastou das amigas, sua família ela nem se importava tanto, o que importava no seu presente e futuro, era ele, aquele homem que roubou o seu coração, aquele homem que a fez esquecer o seu amor próprio, que a fez enterrar seus sonhos, aquele homem que simplesmente a enterrou...

Ela acordou de um sonho, não era um sonho, e sim um pesadelo. Aquele homem “perfeito” estava casando, ela viu fotos nos jornais, ela viu ele feliz da vida, e ela se viu perdida, sofrendo, chorando, querendo morrer.

Sua vida se decifrava em tristezas, lágrimas, angústias, os dias se tornavam longos, os sentimentos foram roubados, a mágoa aumentava, o sofrimento não se apagava. E se a morte chegasse? Ela queria isso, morrer, não ter que acordar mais nenhum dia, não ter que ouvir notícias daquele homem, porque ela não o esquecia, ela não se esforçava para esquecer, a cada música, ela pensava nele, somente ele, o seu respirar era ele, o seu dormir era ele, o seu acordar era ele.

E foi assim, “ele” foi até seus últimos dias de vida. Ela ficou doente, pois já não se alimentava bem, não conversava e só chorava, ficou internada não suportou os medicamentos, e faleceu jovem.

Nos seus últimos minutos de vida ela conseguiu falar algumas palavras: “Se um dia você se apaixonar intensamente, faça isso sem medo, sem receios, sem vergonha, mas APAIXONE-SE por você. Viva intensamente para você. Seja feliz, vença seus medos, lute por seus sonhos, ame alguém... mas não deixe que esse alguém seja TUDO para você, não pense que será eterno. Hoje estou aqui morrendo, e aquele que era “meu tudo”, é o responsável por minha morte precoce, e nada ele faz para mudar isso, nem ao menos foi capaz de me dizer um adeus, ou quem sabe até breve...”

Bia Mortari
Enviado por Bia Mortari em 29/07/2014
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