...*
Chuvas ao entrader
Alegram minh'alma,
Tão sedenta de você...
Desertos
Nos céus de meu coração
Não há chuvas ao entardecer
Apenas nuvens, escuridão...
Nos campos de meu ser
O calor castiga o árido chão
Onde antes havia amor e paixão...
Hoje, o oásis, do que restou de mim,
Treme diante do sol escaldante...
O FRIO QUE CONGELA A ALMA*
Adoro chuva. Detesto inverno. E não há nenhuma incompatibilidade nisso. Minha alma nordestina alegra-se com a chuva. Gosta de sentir-se lavada pela água cristalina que desce do céu. Mas não gosto de inverno. Chuva é transparência. Inverno é cinza. Chuva é alegria. Inverno é tristeza. Chuva é vida. Inverno me lembra velório.
Não gosto de frio. Gosto do calor, da água correndo no corpo para refrescar a pela. Para mim a chuva sempre foi sinônimo de alegria. A chuva que enche de sonhos e esperança o coração do sertanejo. Que arranca o inverno da alma faminta, assustada pela seca, pela fome.
O cinza do inverno não me remete a neve, a passeios, mas a fumaça de dias sombrios, onde a água da chuva é implorada aos céus com fé e devoção. Já senti o inverno queimando o meu corpo.
Um inverno tenebroso que fez morada em meu coração na longa seca que castiga meus irmãos nordestinos. Que coloca medo no olhar de um povo valente. Desespero no rosto dos que temem morrer sem voltar a ver a chuva caindo, os rios transbordando, os açudes sangrando.
Quando o inverno atinge nossa alma tudo perde a cor, não conseguimos nos alegrar com as flores dos cactos que sobrevivem a falta d´água. O canto dos pássaros soam em nossos ouvidos como um grito de desespero e o olhar dos animais parece um pedido de socorro.
Não gosto de frio. Gosto do calor, da água correndo no corpo para refrescar a pela. Para mim a chuva sempre foi sinônimo de alegria. A chuva que enche de sonhos e esperança o coração do sertanejo. Que arranca o inverno da alma faminta, assustada pela seca, pela fome.
O cinza do inverno não me remete a neve, a passeios, mas a fumaça de dias sombrios, onde a água da chuva é implorada aos céus com fé e devoção. Já senti o inverno queimando o meu corpo.
Um inverno tenebroso que fez morada em meu coração na longa seca que castiga meus irmãos nordestinos. Que coloca medo no olhar de um povo valente. Desespero no rosto dos que temem morrer sem voltar a ver a chuva caindo, os rios transbordando, os açudes sangrando.
Quando o inverno atinge nossa alma tudo perde a cor, não conseguimos nos alegrar com as flores dos cactos que sobrevivem a falta d´água. O canto dos pássaros soam em nossos ouvidos como um grito de desespero e o olhar dos animais parece um pedido de socorro.
Por isso gosto das chuvas de verão que trazem alegria ao nosso sertão, a certeza do pão, do alimento, da água para matar a sede do corpo e da alma.
*Texto reeditado
*Texto reeditado
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Chuvas ao Entardecer
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