O melhor lugar que poderia estar.

Entro no carro, olho em frente e vejo uma longa estrada. A noite aos poucos está chegando e com ela uma forte chuva. Fico olhando a água da chuva escorrendo pelo vidro do carro, ligo o pára-brisa, e lembro-me de um sonho.

Ligo o carro, coloco uma música e sigo em direção essa estrada. Meu rumo é desconhecido, nada programado, apenas quero seguir em direção a algum lugar que eu possa esvaziar a mente, olhar ao redor, entender o que vejo não apenas com os olhos, mas com o coração. Baixo o vidro do carro, a chuva cessou, o que ficou foi uma brisa fria, sinto o vento bater em meus cabelos, em meu rosto, me sinto leve.

Não quero mais voltar ao ponto de partida, a sensação de liberdade começa a me dominar, a vida urbana me deixa por algumas horas. Entro num caminho com muitas árvores, muitas flores. O aroma é fantástico, sigo por esse caminho até me deparar com um rio. Desço do carro, caminho em direção a esse rio, sem pensar em nada que não seja admiração por aquela paisagem. Ao me aproximar vejo uma água límpida onde é possível enxergar as pedras no fundo do rio, pedras que brilham com a luz do sol, um sol avermelhado num fim de tarde e ao mesmo tempo muito discreto. Mergulho minhas mãos na água, a temperatura é tão fria que me faz sentir calafrios. Fico olhando ao redor e percebo que ali não há visitantes. O som da água, os passarinhos cantando, o vento soprando entre as árvores, tranqüilidade total. O melhor lugar que poderia estar.

Sempre digo que procuro uma vida mais tranqüila, longe de toda essa confusão que se transformou o dia a dia nas grandes cidades. A correria é tão grande que somos capazes de passar por entre as pessoas olhá-las e não enxergá-las. Estamos ficando cegos, estamos ficando cegos.

Mística
Enviado por Mística em 14/02/2012
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