QUAL O SEGREDO DA ARTE?

Os mistérios da imaginação!

O que é arte para você? Talvez teatro, cinema, televisão? Ou talvez prefira pinturas de Dali ou esculturas de Rodin...Quem sabe uma apresentação de ópera, como "La Traviata", de Giuseppe Verdi? No campo da música, você talvez pense que nada é melhor que rock and roll, blues e soul. Se acaso primar pela brasilidade, suas opções circulariam entre o samba, a bossa e o chorinho. E há quem aponte o tango, dos vizinhos argentinos. Você pode ainda ter tendências kitsch, termo consagrado nos anos 1930 pelos pensadores Theodor Adorno, Hermann Broch e Clement Greenberg, que definiram a expressão como movimento opositor à arte moderna e de vanguarda. Em outras palavras, arte considerada de "gosto duvidoso", como madeira pintada de forma a se parecer com mármore ou o mictório de Marcel Duchamp.

Segundo a professora Cristina Costa, autora do livro "Questões de Arte: a natureza do belo, da percepção e do prazer estético”, o imaginário popular crê que apenas quadros e esculturas presentes em museus ou músicas eruditas podem ser considerados obras de arte. Será mesmo?

"Arte pra mim é toda e qualquer manifestação individual ou coletiva que tenha intenção de tornar público aspectos culturais, de pensamento, ideológico, gosto ou de opinião que sejam materializados em algum tipo de material seja ele concreto ou abstrato. Tem que ser algo que agrade, que faça parte do mundo da pessoa".

Ricardo Tesseroli, 29 anos, jornalista.

“Expressão involuntária de um sentimento. Como diz o Milton Nascimento, todo artista está onde o povo está. E para mim, a grande arte é a expressão de ajuda, porque é a arte do coração”.

Esther Alexandra, 40 anos, assistente de faturamento

"Qualquer coisa que seja inspiradora. A perfeição do sol, das nuvens, montanhas. A arte da natureza".

Jean Müller Linazzi, 27 anos, guarda municipal.

"Algo diferente, supremo. A expressão de alguma forma".

Juciane Simões, 24 anos, bancária.

"Arte é a maneira de expressar, sentir e ver".

Silmara Simões, 27 anos, estudante de farmácia.

“Dança, pintura, artes plásticas”.

Kátia Fonseca, 33 anos, assistente administrativa.

“Teatro, cinema, música”.

Camila Ganz, 21 anos, assistente administrativa.

“Música, dança, grafite”.

Aline Braz, 23 anos, promotora de eventos.

De acordo com a diretora do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC) e da Casa Andrade Muricy, Lenora Pedroso, a arte é uma necessidade de expressar as emoções e questionar a vida, acompanhando o ser humano desde sempre. Sobre o suposto caráter erudito da arte, ela crê que está intimamente relacionado à educação. "No nosso país, educação é mais elitista do que a cultura. É através do ensino que se mostram as possibilidades de apreciar a cultura, em um teatro, ou museu", diz Pedroso, que enfatizou que ir a um museu deve ser tão prazeroso quanto ir ao shopping, por exemplo.

O conceito de bonito é muito intrincado e pessoal. Para Lenora Pedroso, "é uma definição a que não chegaremos nunca. O que pode ser bonito para mim pode não ser para você".

Sobre o kitsch, a diretora do MAC vê como uma "crítica ao luxo. É um objeto do dia-a-dia, que causaria estranhamento enquanto obra de arte, de repente é utilizado como tal, numa inversão de valores". E sobre a suposta banalização da arte que seria uma consequência disso, Pedroso crê que a representação de obras em objetos pode mesmo auxiliar a indústria do turismo. "O turista deseja levar uma lembrança do lugar onde visitou", finaliza.

O grafite

Curitiba e várias outras cidades pelo Brasil e mundo estão repletas de desenhos. Conhecidos como grafite (do italiano graffiti, plural de graffito), são normalmente aplicados em paredes e muros, muitos chamam a atenção pelas cores fortes e pela temática apresentada, como as mazelas sociais. Para o grafiteiro Thiago Cesar Gava Telles, conhecido como Thiago Syen, isto não é, necessariamente, questão de inspiração. “Meus trabalhos são resultados de pesquisa e vivências pessoais”, conta.

Syen também revelou não acreditar em diferenças entre grafite e pichação, que é a assinatura estilizada em muros, ônibus e outros exemplos de patrimônio urbano: “falando de imagem não vejo diferença, são formas de desenhar/pintar em diferentes suportes, só que o grafite foi aceito pela mídia e a pichação não. Por isso o grafite é mais aceito pela sociedade”, conta o grafiteiro.

Andre Mengo
Enviado por Andre Mengo em 24/03/2011
Código do texto: T2867852
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