O Trabalho com Movimento Corporal
Definir movimento como sendo uma manifestação do corpo é o mesmo que falar que uma planta é um ser vivo, composto de raiz, caule, folhas e flores.
Movimento é isto e muito mais, da mesma forma como a planta é também a luz, a seiva, a sombra e o tremor das folhas ao balanço do vento, movimento é ação e reflexão, ou seja, a práxis da vida.
Ao movimentarem-se, as crianças expressam seus sentimentos, suas emoções e seus pensamentos, ampliando assim, as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais.
O movimento humano é mais do que o simples deslocamento do corpo no espaço, constitui-se de uma linguagem que permite que as crianças ajam sobre o meio físico e atuem sobre o ambiente humano.
Do ponto de vista das crianças o movimento torna-se uma das bases fundamentais para trabalhar qualquer disciplina, principalmente nas séries iniciais, por trazer algo que é fundamental em seu desenvolvimento.
Pego-me a perguntar o que seria tão especial para nossos alunos, que deixamos passar despercebidos em nossas aulas tradicionais com lousa e giz enclausurados na sala de aula?, Vejo que, o que mais interessa qualquer aluno na realização de uma determinada tarefa é o “PRAZER” em realizá-la, da mesma forma à qual tem prazer em jogar futebol livremente no campinho de areia em frente a sua casa, ou mesmo brincar com bonecas em seu quarto – em se tratando de alunas do sexo feminino, nossos alunos esperam aulas prazerosas que possamos proporcionar-lhes a liberação de toda energia que acumulam durante sua vida.
Mas como faremos tal descarga energética, permanecendo no tradicionalismo apregoado de uma visão onde este é o método correto de ensinar.
As notáveis análises realizadas por Piaget ressaltam os laços que existem entre a intuição lógica e o movimento. Em sua tese sobre o processo de apropriação que a criatura faz em relação à aquisição do conhecimento, Piaget coloca que este não é dado ao nascer e nem adquirido, mas sim construído ao longo de seu desenvolvimento.
Desde o inicio do desenvolvimento motor, inicia-se o processo de socialização do aluno, uma vez que o movimento da pessoa só pode ser pensado pela e na relação com a outra pessoa, nesta relação de combinação com outras pessoas que o homem se realiza.
Conseqüentemente como a escrita e como a linguagem, movimentar-se é essencialmente um modo de expressão e de comunicação pessoal.
Antes que a criança aprenda a escrever é necessário proporcionar-lhe uma motricidade espontânea, coordenada e rítmica, que será o melhor aval para evitar os problemas de disgrafia. Ficando esclarecido que, para a criança desenvolver suas capacidades de leitura e de escrita com maior êxito, é necessário desenvolver antes sua linguagem corporal, tornando desta maneira o trabalho com movimento corporal vital no processo de ensino-aprendizagem do aluno.
Para tanto, é necessário que nós professores, sejamos capazes de enxergar quais são as necessidades reais de nossos alunos, traçando metas com esta “nova” modalidade de ensinar. Ensinaremos então, a partir do conhecimento do corpo do próprio aluno, desmistificando assim que, para se obter bons resultados nas séries iniciais faz-se necessário o uso de instrumentos tecnológicos como material de ensino. Nesta visão, deixo como suplemento que material de ensino para nossos alunos, seria nossa capacidade de raciocinar e refletir em como poderei ajudar meu aluno a s desenvolver integralmente.