Tempestade

Campo apinhado de sol

Que brilha ternamente

Unido à nudez celestial

Que paisagem candente

Com as asas abertas

Aproveito seu néctar

Voo livre e contente

De pétala em pétala

Até as nuvens se formarem

Prenúncio da escuridão

Relampejando a esperança

Prelúdio da maldição

Que engole a vida

Rumo sem saída

Morte e desolação

Torna tudo cinza

No olho do redemoinho

Perco-me na ventania

De mim não sobra nada

Vencido pela apatia

De quem chegou no limite

Renunciou e não insiste

Em seguir no dia a dia

De maneira assim tão triste

Mas o sol há de voltar

Mesmo diante da tormenta

E quando menos esperar

Voarei mais alto que qualquer

Resistência.