DUPLICIDADE

Essa   candura    que   me   ilumina,
Têm duas  formas, santa e  profana;
E  dar  a  luz, a  luz   a  que   é  divina.
Ao mesmo tempo o  pecado  emana.
E   em   sua    boca,  santa    e   felina
Brota   e    leveza   de   uma   filigrana
Que borda  o rosto  de  uma  menina
Dando a fineza   de   uma  porcelana.
As suas mãos faz-se  uma  doutrina
E dão  a  luz   a  minha insana   gana,
E vão vergando  a  minha  disciplina
Fazendo-se    astutas     e  soberanas.
E assim te faço minha eterna sina,
Lauto presente que de Deus emana;
A   minha   água    doce   e   cristalina
A   saciar    a    minha    sede infanda.



 
Vantuilo Gonçalves
Enviado por Vantuilo Gonçalves em 03/06/2014
Código do texto: T4830534
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