O homúnculo e o navio negreiro - A profanação da realidade.

Partes por partes fechavam-se as paredes de um calabouço.

Partes por partes, no mundo feérico, eu não estava preso como os outros.

Atormentados, pelo desconforto espacial, por dejetos humanos,

E pela falta de esperança no sobrenatural.

Olhos e mais olhos na escuridão.

Fixados em um único ponto:

A porta que lhes daria a liberdade.

As dúvidas das crianças se tornavam incessantes.

Mas, nada era tão irritante quanto o falastrão ao lado,

Com suas lamúrias e contos sobre a vida errante.

Então, indignado, bradei aos ecos deste pedaço de madeira:

Deus,

quem será digno de tua compaixão?

Quem libertarás do cárcere?

Quem será o último a gritar:

Liberdade para a profanação?

O choro era escutado mais forte.

Crianças, jovens, adultos e idosos.

Choravam e choravam.

Pois percebiam, neste momento,

que seus parentes eram só a contagem de mortos.