Dia das Mães

Quando ainda trabalhava como maquinista de Campinas a Ribeirão Preto, eu cheguei numa madrugada em Ribeirão Preto e, encontrando um dos funcionários do pátio de manobras, ele me disse: “Como é vontade de minha Mãe vamos nos reunir, todos os irmãos, cunhados e cunhadas, enfim toda a família. Entretanto, eu gostaria de saber dizer alguma coisa sobre este dia tão sagrado, porém não tenho capacidade de pensar em nada”.

Então eu, cansado, com sono, depois de 15 horas de viagem, fiz esta pequena poesia e entreguei a ele. Depois de lê-la ele me abraçou chorando e me disse: “Você escreveu esta poesia para mim, visto minha Mãe ter falecido há 8 dias, e você não poderia saber deste fato, pois eu nada lhe disse”.

De fato, a poesia foi especial para ele pois nessa época a minha Mãe ainda se encontrava encarnada, junto a nós.

Mãe

O tempo está correndo

Mas de você não esqueço

Os meus cabelos estão embranquecendo

Mas minha vida contigo foi o começo.

Monumento de bondade e amor,

Sei que esta era sua missão

Com sua força, tinha remédio para toda a dor

Quando dava um passo incerto

Você estava sempre por perto

E logo me estendia a mão.

És mãe de todos sem restrição

Mãe do policial, que como aço foi forjado

Mãe do indigente que faz de um cantinho sua janela

Cora, rubra emocionado

Toda vez que pensa nela.

Mãe, para o mundo

Você é carinho amor e bondade

Para mim

Você se chama saudade

Laércio Rossi

Maio de 1970

Laércio
Enviado por Laércio em 02/02/2008
Reeditado em 03/02/2008
Código do texto: T843410