Era uma saudade, ou alguma coisa assim...

Ah, saudade...

Afinal de contas, o que é você?

Uma melancolia, um suspiro, um olhar?

Uma lambança, uma aflição, um pesar?

Me parece que a saudade, é uma espécie de inquilina, que aluga nossa mente, sem contrato. Sem mensalmente nos pagar o que é devido.

Se mais profundamente pensarmos, se revela o mistério de não saber, se nós vivemos nela, ou o contrário.

Se revela o mistério de não saber, se é o amor que fica, ou amor que vai.

Ah, saudade...

Apesar de cruel, é a mais igualitária dos sentimentos.

Democrática, por si mesma.

Existe um tipo de saudade pra todo e qualquer coração, [sem distinção...]

E não houvera, quem sabe, um homem no mundo que não a carregue.

Da saudade, não tem como fugir. Onde quer que estejamos, ela sabe onde nos encontrar.

Em um certo estágio da vida, a saudade se torna colecionável. Há sempre uma nova versão, para cada tempo, para cada estação.

Saudade, [é só um pouco], do que dura [o tempo todo].

Ah, saudade... eu lhe sinto.

Sinto saudade da época, em que não havia época, para ter que senti-la.

Raniel Bomtempo
Enviado por Raniel Bomtempo em 06/05/2024
Reeditado em 06/05/2024
Código do texto: T8057229
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