Essa peça nunca foi uma peça infantil
Goma de mascar com gosto de insatisfação deve ser um hábito comum na tarde de quinta-feira.
Meu bem, se o passado fosse um muro de alvenaria, você estaria removendo os tijolos.
Eu abri a cena com um efeito sonoro espetacular,
e seguindo o script, você precisa pular em meus braços para que eu diga as palavrinhas mágicas.
Não se intimide, tudo que a plateia faz é reagir com vaias e palmas,
vamos dar um motivo para que eles se levantem e arranquem os olhos de tanta vergonha.
Essa peça nunca foi uma peça infantil,
o espetáculo livre para todos os públicos está acontecendo do outro lado da rua,
e adianto logo que é tão monótono quanto aparar gramas em um feriado.
Eu usaria uma broca no seu crânio só para invadir seus pensamentos,
não é muito, apenas quero saber se insinuei algo que traduza o motivo do seu voto de silêncio.
Estou te sonhando radiante e com uma tiara de flores envolta do seu cabelo,
não quero que a ideia de que você foi minha única opção sequer te abrace,
você é aquilo que eu preciso.
A chance do meu sorriso nem ao menos ter cruzado com o seu no meio dessa multidão flácida é uma fantasia,
e agora que nossos corações batem, a Lua murmura carência em nossos ouvidos, o ideal é extinguir a distância.