A OSTRA
No fundo do mar lá estava ela com sua crosta camuflada
se movimentava na curvatura das águas pouco se manifestava
Admitia que todo e qualquer ser que se aproximava era superior a ela
e até mesmo os moluscos mais grotescos
na sua aparência ou na forma de se locomoverem.
Mergulhada no seu mundo aquático afogada por achismos na ignorância do desconhecido e configurada no arquétipo social repudiava o novo interpretava os olhares como julgamento e permanecia estática no seu contexto exótico e depreciativo
Anos e anos se passaram no submundo da ostra que habitava profundos oceanos
ora se esgueirando dos predadores ora se alienando nos recifes da vida de fato algo a incomodava exaustivamente
A ostra se contorceu por várias luas buscando incessantemente um sentido explícito para sua existência
E foi numa bela noite que ela percebeu algo dentro de si. Inquietada e desprovida da sua natureza a ostra não sabia que produzia algo precioso.
De tanto se debater expeliu uma pérola! Pérola negra. A ostra se aproximou assustada e fascinada pois aquele artifício brilhava mais que a luz do sol.
Ela conheceu sua essência aderiu uma nova concepção de conceito na consciência que sua raridade podia embelezar o mundo inteiro
A ostra ficou extasiada agora sabia seu valor e o real motivo a que veio ao mundo,
Produzia lindas pérolas. Ela nunca mais se sentiu inútil e desprezada por que agora descobriu sua magnitude
A ostra!
A ostra!