Liberdade 41

A árvore em frutos. Carregada.

De onde vim? Para onde irei?

Precisou estar a sentir-me fecunda ao solo. Precisou estender as raízes no mais profundo insubstanciável do ser, permitindo viver as entranhas da constituição em Deus, para, achada na seiva, sentir-me viva.

De faminta, ao vigor. Refloresta a árvore, m'Alma, do tronco aos galhos, dos maiores, aos mais diminutos. Confirmando, pelos sentidos superiores, quem sou.

E os frutos? passaram vir às pencas. Em tempo e fora de tempo.

Quando nasci da barriga de mamãe, me tinha no conjunto sem a consciência dos frutos a produzir, estavam no portifólio, a matéria prima e a obra em potencial.

A seca, a chuva, o vento, o calor, o frio, e as tempestades, eventos típicos das estações, ciclos da vida.

Da morte, da semente concebida, vida me foi doada pelo Insondável. A vida corria fora.

Eu Sou, tu és, Somos a Rosa de Saron, o lírio dos vales.

E o nosso tempo é este. O de produzir, em tempo, e fora dele.

Em Eclesiastes foi transcrito:Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu, há tempo de nascer, e tempo de morrer, tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar, e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de edificar, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras, tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar, tempo de buscar e tempo de perder, tempo de guardar, e tempo de deitar fora, tempo de rasgar e tempo de coser, tempo de estar calado e tempo de falar, tempo de amar e tempo de aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz.

Em meio a este rebuliço, do apego ao desapego, da vida e da morte na roda do tempo, vivi por demais presa na roda do Sansara, desafiada no acordar para a realidade do sentido da vida.

Como ressoam as palavras de um mestre no caminho...enquanto tu não saber viver além das estações...desapegada dos frutos que produzir...desapegada do tempo...enquanto não aprender estar na onda, canção vida, atuando em regozijo com Deus, sem ânsia de resultado, a morte será o fim.

Eo mestre disse!!! Terás que Renascer!! Ele disse.

A semente, para germinar, precisa estar morta.

Daquilo que adquiri em despertar para liberdade em Deus, seja o esterco, para que a consciência de quem sou Nele se expanda, e frutos sejam produzidos por m'alma, até que eu venha esquecer quem é eu e quem é Deus atuando, em mim, por mim.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 10/04/2024
Código do texto: T8038697
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