Teoria geral da fragilidade.

Tudo quando escrevo, existe pra me ser mais completamente, me dar uma ilusão de controle sobre as coisas, de lucidez.

Se escrevo sobre o que amo, é só porque quero dizê-lo por inteiro, total, sem arrudeios. Cercando, mesmo que de longe, o arrepio, o calor, a coisa efêmera do seu gesto.

Quando escrevo sobre o que choro, é o esforço para que as palavras escorram, levem embora, soem a cada vírgula ensopantes lágrimas, capazes de encher até o que já transborda.

Quando escrevo me fugindo, é só pra depois me encontrar numa pegada tardia, desconhecida. E assim, lembrando por onde passei, é que sei o caminho de volta pra casa.

É que sei também, evitá-lo.

Escrever é permanecer.