A busca do Caminho, da Verdade e da Vida…

 

     Para o começo de tudo, há que se volver às costas para o ponto inicial e dele se desvencilhar, calcular uma velocidade, em que os ventos da brevidade atuarão nas velas, os ventos da paciência só ocorrem nos sonhos que, comumente, compõem apenas os epílogos.

     E lá se vão, ao léu, barco e tripulação, à mercê dos ventos, mas até os ventos se submetem à divina vontade. Errantes são os navegantes, por ansiarem a prevalência das próprias vontades. 

     Os planos visam a felicidade, e a felicidade é como o combustível dos automóveis, retido 

num tanque, só se revela essencial, quando acaba. 

     Enquanto nos movemos, somos felizes e não sabemos… lá do ponto de partida vemos o horizonte, mas o que é o horizonte, senão uma vaca no pasto, usada por alguém, como ponto de referência? A vaca não se fixa, exceto quando atolada, já o horizonte nos ilude, ao se impor como um ponto fixo. 

     As trajetórias de nossas pelejas assim o são, cheias de ilusão e o mar pode ser da serenidade ou revoltoso, o vento pode ser forte ou fraco, as sereias se nos margeiam, com seus cantos e belezas irresistíveis…

     Damos às costas para o início e, finalmente, descobrimos que o horizonte é o portal para outra dimensão, e que os deslocamentos são apenas aprendizados e provações, para passarmos de série. Com o tempo aprendemos que, para alcançar um propósito, há que suportar o processo. Se quiseres tornar-te o ser alado, com asas da moral e da sabedoria, antes, deverás experimentar, de um lado, as alturas e suas temperaturas, e do outro o silogismo e o cientificismo, com suas variantes e verdades, respectivamente.

     A humanidade é composta de seres alucinados, desde de Gênesis, que cúmplices, ocultam os seus alucinógenos e amenizam seus kamikazes e sistematizados delírios.