pombo-correio

Quando penso que as roupas no varal estão secas, chega o próprio dilúvio me chamando para ter uma conversa à luz de velas. Os telescópios só servem se estiverem longe daquilo que está sendo observado, eu preciso orbitar o seu sorriso. Espero te ver em outra vida, pois nessa aqui, os desencontros já me descolaram do mural que você esconde atrás dos seus olhos. Um vidente iria dizer que o inevitável aconteceu, mas eu quis quebrar o meu nariz mesmo assim. Sangrou até o dia clarear, me contorci de dor até a noite chegar. As semanas correm e eu ainda espero aquela mensagem sua, perguntando se estou bem. Quem sabe o pombo-correio deixou a sua cartinha cair, enfim, sorte daquele que leu.