Dia da Mulher: o que celebrar?

A cultura escreveu a história com tintas masculinas,

Fez da mulher um objeto de adorno,

Endeusou-a para enganá-la,

E a fez rainha, sem súditos.

Ela mesma tornou-se súdita.

Rastejando pelas encostas da violência,

Fez-se brava em noite de lua cheia.

Não era São Jorge a elevá-la na poesia,

Mas a espada dos machos encapuzados.

Até um dia lhe foi dedicado,

Mas as balas nunca economizadas,

Nem as palavras abrandadas.

Seu dia é grito de guerra,

É bravura em flores,

É o silêncio da morte.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 07/03/2024
Código do texto: T8014658
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.