Liberdade 19

Falar de prazer, de amor. Em tempo de escassez...É delicado.

Mas é pelo delicado que o prazer e o amor interagem. É da vida, estas naturezas.

Cada corpo de carne, veículo da alma neste planeta, viveu, ao menos raras experiências neste campo, experiênciando a totalidade da vida dos instintos junto ao anímico, ao corpo físico, ao emocional.

Até o homem e a mulher de boa vontade, ligados às coisas do espírito, não vai negar um pouco de concordância, ao fato de que este amor que falo, é o gênero daquele que emerge no coração dos amantes, almas que vieram nesta existência para viverem uma história em comum de vida, onde um e outro se sentem complementados desde o primeiro olhar, desde a primeira presença compartilhada, onde o espírito que move os dois, antecipa, dando liga.

É a alquimia do bem estar e da satisfação no campo anímico das almas, pelo simples fato de estarem juntos, ali, no primeiro olho no olho, que se confirma nos anos que passam juntos, unidos naquele amor, sendo muitos fieis a este amor, naturalmente. Alguns, até a morte.

E naquelas amizades de tempo, que muda governo, faixa etária, crise no casamento, mortes na história de vida de cada um, uma diversidade de acontecimentos, cruéis e inesperados. Contudo, aquele café, vez ou outra, aquele bate papo com um tira gosto, bebidinha e coisa e tal, acontece, e as fofocas atualizadas, o mesmo eu de outrora vem à tona, a criança interna dos dois amigos, fazem festa.

Não seria as faísca do Amor Divino operando nestas almas, onde a satisfação de estarem comungando presença e fala recíprocas, onde a felicidade pura acontece pelo simples fato de estarem?

E amor de mãe? De pai? De filho? De avô?...explica? A coisa mais doida que é? Parece doença que não quer cura. Quando o amado morre, nada o substitui. Fica carimbado no coração...uma lacuna que se convive.

Estes amores descendem do gênero" Amai a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo?..dá para compreender?

Nesta dimensão existe um hiato no emocional coletivo, poucos transcendem, poucos buscam transcender...daí o flagelo, este que a humanidade se encontra.

Nesta humanidade, que me faço pertencida, busco compreender cada vez mais a necessidade de transcender tais dimensões, buscando me assentar na compreensão de que estou aqui junto as asas de Deus.

Se eu não amar a Deus, de inteiro coração, entregando-me a este amor, de um puro e sincero coração, estarei impossibilitada de me amar, amar o próximo na honestidade, e os demais amores experimentados na Totalidade.

Terá que desaparecer o hiato. Daí ficará fácil, a entrega, o "cumpra em mim, Deus, a tua vontade".

Daí não haverá trabalho, labuta, lida nesta vida doída. Será regozijo servir, pois será servido.

Do amor de Deus.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 22/02/2024
Código do texto: T8004751
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