É assim...
Há uma dor que assusta
Que custa e custa
Mas vai passar
É dor que não se ajusta
De fazer doer as juntas
Mas vai sossegar
Dor que parece injusta
Na verdade é uma multa
Que só faz maltratar
Depois se encolhe, recolhe
Até que a flor desfolhe
E pare de exalar
Dor é um mal-me-quer
Que de bem nada tem
Se há merecimento, não sei
Só sei que quase faz morrer
Na solidão, sem ninguém
Que venha à consolar
Vai passar, passar
Como pano no móvel empoeirado
Como jasmim que foi roubado
Como amor emoldurado
Que fez doer tanto
E o coração machucado
Que chorou todo pranto...
Vai sarar.