Liberdade 3

Não contava com mais um nas ilusões, aquelas que embrenhava de quando pudesse voar sob o comando das próprias Asas, nos voos, na vida libertária. O principal e definidor. Deus.

Dos escritos e das falas, dotados de ciência mental, foi juntando na memória, saberes e aconselhamentos que ditava um empoderamento capitaneado na base do ferro e do fogo, trazido na marra, através das cruéis experiência do apalpar tudo antes de acreditar, de como tomar para si a amizade do mundo.

O corpo, eu e o mundo. Três peças que não encontrava o eixo motor que me capacitasse voar na existência com liberdade e sentido. Havia a ausência da consciência de que havia uma rota a ser seguida, um script pré-estabelecido para seguir.

O que seria ser livre para ser neste mundo? Se o que tinha disponível eram coisas e coisas a usufruir, que logo caia em desuso. Seja pelo chute do mundo na boneca de pano que representa a personalidade de pano que é vista no RG e CPF, ou eu dando o pontapé no mundo.

O gosto dos sentidos tem uma natureza, a do enfado pelo simples fato de consumir. E pronto.

Está subjacente na natureza instintiva a condição...enfado do viver a matéria, na matéria.

Tudo vai ficando cinza de sentido...tanto é que as cores das telas, da arte escrita e pintada, desbota, tem que serem restauradas.

E, detalhe...perde a condição original, aquela que o artista quis dar para a obra, a tinta é outra, a mão do restauradora também.

E agora, com a realidade aumentada oferecida como extensão do voo para o apreciador da arte...fica piegas, tantos levados ao engodo de poder voar na inteligência 3d .

Quando, com o aparelho mecanicista acoplado à visão, parecem crianças a apreciarem um doce. Ali, para o olho que busca o despertar fora do globo, vê o desperdício , D'ela estar a olhar para fora.

O relacionamento entre corpos? Hum, na vida a dois, na cama, nas contas a pagar, afeto a dar em persi, na sinergia necessária entre eles para que a admiração e o respeito não venham se perderem, que estão a serem exigidas às criancinhas do mundo interior, seres dormentes, expostos ao despertar.

O fogo é aumentado sete vezes mais, daí que a infantilidade é vista, pelos dois...ainda mais quando cada um está num processo depurador evolutivo diferenciado.

Ah, a escola se refina, na chance de trabalharem o perdão, o recomenço, o conviver com o lado rústico e polido um do outro, rumo a um novo de cada um, que não conhecem, só Deus.

Está escola encampei, fez e faz parte do processo depurador para a vida liberta que se abriu dentro.

Nestas questões, relacionamento, tempo junto, garantias de sucesso ou não, dependerá de condição futura incerta, afinal, são duas almas, dois destinos, com uma vida em comum, cuja escolha é aberta aos dois, ficar ou não.

Mas o trabalho interno, este que ocorre dentro do corpo físico, é responsabilidade individual. Este, se não bem esclarecido, refeito diariamente, leva à inanição a Alma. Daí, os efeitos todos sabem, depressão, angústia, vazio. Fim do propósito.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 07/02/2024
Código do texto: T7994018
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