ALÉM DA SUPERFÍCIE

Com o poder do livre-arbítrio nos construímos e reconstruímos,

A vida é feita de escolhas e a cada um cabe a missão de conduzir a sua experiência,

Ser na medida certa, assim me dirijo,

Na exata medida do que minha natureza pode abraçar,

Ser aquilo que se encaixe, que vista a minha pele,

Não me digam o que devo ou não devo,

Só consumo o que posso digerir,

Minh'alma permanece no lugar que a acolhe e se afasta sempre que sente o vazio assomar,

Aquele vazio construído por seres deambuladores, que olham, sim, eles olham, mas não vêm, de tão cheios de si próprios se encontram,

Os outros, eles fixam com o seu olhar, mas estão cegos, não conseguem enxergar, apenas enxergam o seu ego, suas vontades,

Percebo sua avidez, sua cobiça, ambição, egoísmo, vaidade, o seu vazio,

Enxergo-os, oh, como os enxergo, e com meu silêncio me manifesto,

Não pretendo contrapor-me a tais seres com o assomar da minha voz,

Como poderia eu, combater seu alvedrio?

Choro o feio,

O feio feito de frieza, desamor, agressividade, precariedade, guerra, violência de toda a espécie, tortura, mágoas e amarguras, sofrimento,

Enxugo as lágrimas e olho o belo que me recompõe e anima,

O belo feito natureza, conhecimento, filosofia, música, poesia, afetos, simpatia, conversa amigável, laços, risos e sorrisos sinceros, fratria, amizade, generosidade, solidariedade, altruísmo, amor, borboletas, flores, enfim, tudo o que me predispõe a continuar minha caminhada atulhada de humanidade, onde o vazio não entra...

Pimentel Teixeira Paula
Enviado por Pimentel Teixeira Paula em 12/11/2023
Reeditado em 13/11/2023
Código do texto: T7930287
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.